CPI da Pandemia retira sigilo de documentos do Ministério das Relações Exteriores

Decisão foi tomada após comemoração de embaixador ao conseguir doação de lote de cloroquina

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão Parlamenta de Inquérito (CPI) que apura as ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia aprovou, nesta quarta-feira (16) a retirada de sigilo de documentos do Ministério das Relações Exteriores.

A medida surge após o Itamaraty encaminhar para o colegiado arquivos que a CPI considerou como de interesse público, o que motivou a reclassificação dos itens.

Ao defender a retirada do sigilo, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, criticou a postura o embaixador do Brasil nos Estados Unidos ao obter a doação de um lote de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

“O embaixador escreve ‘habemus cloroquina’. Vai explicar isso para quem perdeu um irmão, um amigo. Vai explica isso para quem ficou órfão, perdeu pai e mãe. Vai explicar isso para as viúvas que dependiam do marido para sobreviver”, apontou.

Alinhado com o Planalto, o senador Marcos Rogério, disse que a comissão não deveria levantar o sigilo sem as cautelas legais ao divulgar os documentos. “Quando se fala em levantar os sigilos estaremos protegendo, não é verdade”, afirmou ele.