Mourão defende entendimento global para passaporte da vacina

Vice-presidente manifestou descontentamento por não ter sido convidado para participar de reunião secreta no Planalto

Foto: Adnilton Farias /VPR

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defendeu nesta terça-feira (15) uma discussão internacional para tratar a respeito do chamado passaporte da vacina, que estabeleceria a comprovação de imunização para a entrada em locais públicos e privados.

“Não adianta um país ter e outro não ter. Então, acho que isso será objeto de reunião, não sei, da OMS [Organização Mundial da Saúde] e das grandes organizações multilaterais. Tem que ter um alinhamento de percepção”, afirmou Mourão em conversa com jornalistas.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vetará o projeto de lei que trata a respeito do tema se ele for aprovado pelo Congresso Nacional. ‘A vacina vai ser obrigatória no Brasil? Não tem cabimento. Alguns falam que para viajar tem que ter cartão de vacinação. Olha, cada país faz as suas regras”, disse ele.

De acordo com Mourão, o incentivo para a imunização precisa partir de cada cidadão. Ele, no entanto, defendeu a necessidade de uma campanha permanente por parte dos gestores públicos para as pessoas compareçam para vacinar.

Reunião secreta

Questionado sobre a ausência na reunião secreta que o governo realiza na manhã desta terça-feira (15) com a participação de ministros e presidentes dos bancos públicos, o vice-presidente disse que não foi convidado e sente falta de participar dos encontrou. “A gente fica sem saber o que está acontecendo, né?”, lamentou.

Ele nega que a ausência atrapalhe o trabalho no Conselho da Amazônia, órgão que preside. “No Conselho da Amazônia eu faço a reunião com os ministros e é diferente. Ali, não acredito que será tratado algum assunto ligado ao conselho”, observou o vice-presidente.

Crise hídrica

Ao comentar sobre a atual situação hídrica do Brasil, a qual o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) alega ser a pior desde 1930, Mourão disse ter conversado com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre o tema.

“O ministro Bento está atento sobre a situação e disse que está tudo sob controle. Acho que a pior crise que tivemos foi em 2001, quando entramos em um racionamento e teve apagão”, observou ele.

Apesar da fala, o vice-presidente julga como importante o investimento em fontes de energia limpas e alternativas. “Hoje que a energia fotovoltaica ou solar está mais barata e nós temos sol para todos os lados, temos que ampliar o investimento com apoio da iniciativa privada e do Congresso”, afirmou.