Governador do Amazonas confirma que não vai depor na CPI da Covid

Wilson Lima obteve habeas corpus no STF para ficar calado ou não comparecer à comissão. Senadores convocaram 9 governadores

Wilson Lima entrou com ação individual no STF para evitar ida à CPI DIVULGAÇÃO/SECOM AM

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), confirmou que não vai comparecer à CPI da Covid nesta quinta-feira (10). No fim da noite desta quarta, a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu habeas corpus garantindo ao executivo o direito de não ir à comissão ou ficar em silêncio.

A CPI começaria a investigação sobre desvios de verbas federais por governadores e estados durante a pandemia. Wilson Lima seria o primeiro chefe do Executivo a comparecer no colegiado entre os nove convocados, que já se articularam e judicializaram a questão no STF (Supremo Tribunal Federal).

Wilson Lima havia entrado com ação individual na Corte, na terça-feira (8), repetindo os argumento central dos convocados, os quais alegaram que os senadores não têm competência para convocar autoridades estaduais, a serem investigadas pelas Assembleias Legislativas dos respectivos estados, como previsto na Constituição.

Investigação

Wilson Lima tem conexão com um dos principais objetos de investigação da CPI, como uma das autoridades envolvidas no colapso do sistema hospitalar do Amazonas em janeiro deste ano. Ele também entrou na mira dos senadores depois de ser atingido pela operação Sangria, da Polícia Federal, que apontou desvios na contratação de respiradores de uma adega de vinho e na montagem de hospital de campanha.

Na semana passada, endereços ligados a ele foram alvos recentemente de mandados de busca e apreensão na 4ª fase da operação Sangria. O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, chegou a ser preso depois de ficar foragido. Ele deve falar à CPI no dia 15 deste mês.

O próximo depoimento de um colega de Lima será o do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que sofreu impeachment por crime de responsabilidade na gestão da pandemia. Ele também foi alvo de operação da Polícia Federal por desvio de recursos na contratação de serviços contra a covid-19.

O governador se declara inocente e diz ser “o maior interessado nas investigações”.