A CPI da Covid no Senado recebe nesta quarta-feira (9) o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, o coronel Antônio Elcio Franco Filho, o número 2 do general Eduardo Pazuello durante sua gestão à frente da pasta. Como parte da cúpula da gestão que mais durou durante a pandemia do novo coronavírus, o militar terá que responder sobre pontos sensíveis ao governo Bolsonaro.
Entre eles, está a compra de vacinas contra a Covid-19, tema que Pazuello afirmou ser da responsabilidade do secretário quando questionado sobre as ofertas ignoradas pelo ministério em 2020. As tratativas com a Pfizer, que tiveram 53 e-mails da empresa ignorados pelo governo, segundo a cúpula da CPI, serão um dos focos das perguntas dos senadores.
Outra acusação que pesa contra o governo é a demora para fechar contrato com o Instituto Butantan. Segundo o diretor do laboratório, Dimas Covas, o governo federal interrompeu as negociações por três meses depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), outro ponto que pode ser esclarecido com ex-secretário.
Além das negociações com farmacêuticas, Elcio Franco também será questionado por suas ações para tentar evitar o colapso da saúde em Manaus em janeiro deste ano. A CPI, instalada em abril, tem a crise de falta de oxigênio na capital como um de seus principais objetos de investigação.
O militar, portanto, também pode adicionar novas versões sobre a resposta do governo federal ao episódio. Os depoimentos de dois ex-colegas do militar, Eduardo Pazuello, e a secretária do minstério, Mayra Pinheiro, já trouxeram contradições entre si.