Polícia Civil realiza operação contra crimes de estelionato na Região Metropolitana

Quadrilha praticava o chamado "golpe da arara"

Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (08) uma operação de combate a crimes de lavagem de dinheiro e estelionato na Região Metropolitana de Porto Alegre. A ofensiva batizada de Laverna cumpre 74 ordens judiciais, sendo elas: 35 afastamentos de sigilo bancário, fiscal e financeiro, 10 bloqueios de contas bancárias, dois sequestros de bens imóveis, indisponibilidade de 14 veículos e 13 mandados de busca e apreensão. As buscas estão sendo realizadas em sete cidades da Região Metropolitana: Porto Alegre, Guaíba, Eldorado do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Tramandaí e Xangri-lá.

A investigação teve início em janeiro deste ano com a prisão em flagrante pelo crime de estelionato. A prisão ocorreu em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal no momento em que o alvo transportava, em um caminhão, uma carga de produtos químicos pela qual não havia efetuado o pagamento. No decorrer das diligências, constatou-se que o golpe aplicado pelos criminosos era o chamado “golpe da arara”. A quadrilha realizava compras de outras empresas com entrega antecipada ao pagamento ou até mesmo, com pagamento parcelado, sendo efetuado somente o pagamento de entrada e as demais parcelas ficando em débito com os fornecedores. Já são pelo menos 20 vítimas, com 20 empresas lesadas.

Os fornecedores vitimados estão localizados em diversos estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Credores relataram que, ao procurarem pelos representantes da empresa de fachada utilizada na cidade de Guaíba por meio dos canais que usualmente mantinham contato, não obtiveram mais nenhuma resposta a partir do mês de dezembro de 2020.

Em consulta no site da Central Nacional de Protestos, a polícia verificou que o CNPJ da principal empresa utilizada pela organização criminosa conta com mais de 460 protestos somente na cidade de Guaíba. As ações somam R$ 2,7 milhões em dívidas não pagas. A incompatibilidade do capital movimentado pelos investigados com o patrimônio registrado em seus nomes gerou suspeita de lavagem de ocultação de valores e bens.

Durante os seis meses de investigação criminal, diversas pessoas físicas e jurídicas ligadas de diferentes maneiras aos investigados passaram a ser analisadas, resultando em 35 alvos investigados relacionados tanto ao crime antecedente, quanto ao crime de lavagem e ocultação de bens.