O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta segunda-feira o sigilo do inquérito que apura a realização de atos antidemocráticos em abril.
Diversos parlamentares ligados ao PSL, como Daniel Silveira (RJ) e Carla Zambelli (SP), entraram na mira da investigação. Durante o inquérito, a PF intimou políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para depor, inclusive os filhos dela. O vereador Carlos Bolsonaro foi intimado pela PF e prestou depoimento em 10 de setembro de 2020.
Na oitiva, Carlos disse que, por volta de 2010 a 2012, criou perfis em redes sociais diversas em nome do pai, Jair Bolsonaro, “na tentativa de capilarizar as informações sobre o trabalho desenvolvido”. A partir daí, sentiu uma necessidade de “identificar pessoas que pudessem colaborar com o trabalho” e, em 2015, conheceu José Matheus Sales Gomes, posteriormente contratado como assessor do gabinete.
O vereador conta ter contato com José Matheus Sales Gomes, hoje assessor da Presidência da República, em razão de solicitações a respeito de fornecimento de informações relacionadas aos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal para divulgar em redes sociais, “uma vez que têm alcance maior do que de muitos órgãos do governo”.
No depoimento, o filho do presidente da República negou que participa de alguma forma da política de comunicação do governo federal, mas reconheceu que recebeu informações de Fábio Wajgarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, de “prévias de possíveis manchetes do dia seguinte nos meios de comunicação”.