Policiais militares envolvidos em uma ocorrência de agressão, relatada pelo advogado Ismael Schmitt, na última quinta-feira, serão afastados das funções até que sejam finalizadas todas as investigações do caso, ocorrido no estacionamento da Cadeia Pública, em Porto Alegre. A solicitação partiu do Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em reunião na manhã desta segunda-feira, com o Secretário de Administração Penitenciária, Mauro Hauschild, o diretor da Cadeia Pública de Porto Alegre, Carlos Magno e o superintendente da Susepe, José Giovani de Souza.
Procurado pela reportagem, o tenente coronel Carlos Magno confirmou a medida. “No decorrer da sindicância todas as providências serão adotadas”, acrescentou. Para esta terça-feira está programado um ato de desagravo público ao advogado, em formato online.
Na última quinta-feira, Schmitt denunciou ter sido agredido e algemado. O advogado também contou que teve a credencial da OAB/RS quebrada no estacionamento da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central). Após estacionar o veículo, ele se deslocou até o sargento plantonista para identificação. O advogado relatou que encontrou o setor de revistas fechado o setor de revistas, o que impediu o acesso à parte interna da cadeia para prestar a assistência a um cliente preso. Os policias o abordaram quando ele retornou ao veículo para aguardar a abertura do setor.
Schmitt relatou que, quando apresentou a credencial da OAB, os militares começaram a gritar, pontuando que aquele não era um documento válido. Os policiais reforçaram que a identificação profissional só serve quando acompanhada de identidade civil ou CNH. O advogado explicou que aquele era o único documento que tinha, naquele momento, e que nunca teve problema semelhante antes. Nesse momento, os policiais mandaram o advogado sair do veículo. Imobilizado e algemado, Schmitt recebeu voz de prisão e teve a credencial quebrada.
Após a reunião dessa manhã, o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, reforçou a necessidade de tomada de providências. “É necessário o afastamento dos policiais militares para que possamos exemplificar a necessidade de mudança de uma cultura. Não podemos permitir que aqueles que pratiquem autoritarismo dessa ordem fiquem impunes. Quebrar a carteira profissional de um advogado é uma ofensa direta a toda a advocacia”, pontuou Breier.