O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que não interferiu por mudanças na comissão técnica da Seleção Brasileira. Reportagem publicada no domingo apontou que Bolsonaro pressionou para substituir Tite por Renato Portaluppi, que está sem time desde que deixou de treinar o Grêmio.
“A minha participação na Copa América é abrir o Brasil para que ela fosse organizada aqui. Já tem os quatro Estados acertados, tudo certinho. No tocante a jogador, técnico, estou fora dessa, não tenho nada a ver com isso aí”, afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Confirmada para o Brasil após desistências de Colômbia e Argentina em sediá-la, a Copa América teve o primeiro jogo previsto o próximo domingo, no estádio Mané Garrincha, onde o Brasil deve enfrentar a Venezuela.
“Cada um tem sua seleção”
Desde a noite da última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da Seleção, ganhou espaço nas redes sociais de apoiadores do presidente. Dezenas de internautas criticaram a posição do treinador, na coletiva de imprensa na Granja Comary. Tite teceu críticas veladas à realização da Copa América no Brasil e prometeu esclarecer a posição após o jogo contra o Paraguai, nesta terça, em Assunção, pelas Eliminatórias.
“Cada um tem na sua cabeça uma seleção e um técnico. Eu tenho a minha também, só que a minha eu falo com meus amigos. Nem para vocês eu falo, estão gravando aqui”, disse Bolsonaro nessa manhã quando falou com apoiadores. Na tarde desta segunda, Tite evitou polemizar em nova coletiva, medindo palavras e mantendo o foco no trabalho em campo.
Pressão nas redes
No Twitter, o assunto alcançou relevância e ficou entre os mais comentados da rede social. Apoiadores do governo chamaram o treinador de “esquerdopata” e “lacrador” por conta de um possível boicote do técnico, d comissão e até mesmo dos jogadores na Copa América.
Em meio ao conflito por conta da realização do evento, o Comitê de Ética da CBF decidiu afastar por 30 dias o presidente Rogério Caboclo. A decisão aconteceu no domingo. A situação do dirigente ficou delicada após denúncia de uma funcionária que acusa o mandatário de assédio sexual e moral. Agora a CBF vai ser comandada pelo vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes.