Início da vacinação de mulheres de 59 anos é marcado por atrasos e filas em Porto Alegre

Secretaria Municipal de Saúde informou que atraso inicial se deu por conta da logística

Foto: Mauro Schaefer/Correio do Povo

O início da vacinação de mulheres com 59 anos sem comorbidades contra o novo coronavírus, nesta sexta-feira, teve atrasos, confusão e filas de espera nos postos de saúde da Capital.

Em algumas unidades, a vacinação começou após as 14h, ou seja, com mais de uma hora de atraso. Quem pegou os primeiros lugares da fila aguardou três horas e meia, debaixo de sol forte, para receber o imunizante da AstraZeneca/Oxford. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o atraso inicial se deu por conta de detalhes de logística.

De acordo com a SMS, as vacinas foram entregues pelo governo gaúcho no fim da manhã para, em seguida, serem separadas em estoques, registradas e direcionadas às unidades de saúde.

A primeira dose da vacina para a doméstica Márcia Aschel Antunes, de 59 anos, representou um sentimento de alívio e, ao mesmo tempo, de emoção. Em julho do ano passado, ela perdeu o irmão Marcos, de 56, que vivia em Passo Fundo, em decorrência da Covid-19. “Dói muito. Só quem perde é quem sabe o quanto dói um caixão fechado”, lembra. “Ao mesmo tempo é um alívio tomar a vacina”, completa.

Márcia chegou às 11h no Centro de Saúde Modelo, localizado na avenida Jerônimo de Ornelas, no bairro Santana, quando a fila já atingia a esquina com a avenida João Pessoa. Às 14h40min, após tomar a primeira dose da vacina, ela deixou a unidade em meio a uma fila muito maior do que quando havia chegado à unidade, que seguia até a rua Santana, a duas quadras da entrada do posto. Após receber a dose do imunizante, Neusa Vieira de Sousa, que é aposentada, comemorou a vacinação na saída da unidade de saúde. Ela relatou ter chegado às 11h30min e levado mais de três horas para tomar a vacina.

Mesmo com os problemas para tomar o imunizante, Neusa deixou a unidade de saúde satisfeita. “Valeu a pena a espera. Agora dia 27 de agosto tomo a segunda dose da Fiocruz. Minha mãe, que tem 81 anos, tomou agora a segunda dose. E faz um ano que não a vejo”, destacou.

Sobre os problemas desta sexta, a SMS confirmou que houve atrasos nas maiores unidades, como no Centro de Saúde Modelo e no Centro de Saúde Santa Marta, no Centro Histórico, mas destacou que a questão logística é uma ‘operação complexa’.

Em nota, a SMS informou, inclusive, que o atraso “era esperado”. “Foi feito um enorme esforço logístico para organizar a distribuição das vacinas que foram entregues pelo Estado pouco antes de iniciar a vacinação. Depois de retirados os lotes, foi necessário catalogar, acondicionar adequadamente as remessas para cada unidade, embarcar e levar aos pontos de vacinação. Operação muito complexa executada com prazo mínimo. Por causa disso o atraso era bem provável, mas o importante era viabilizar a vacinação no dia de hoje, conforme havia sido anunciado pela prefeitura”, completou, em nota.

No mesmo dia que se iniciou a vacinação para mulheres com 59 anos sem comorbidades, a Prefeitura retomou a aplicação da segunda dose da Pfizer. Durante o dia, no entanto, o movimento em farmácias e unidades de saúde ficou bem abaixo do normal. No Bom Fim, o setor de vacinação de farmácias localizadas na avenida Osvaldo Aranha operou vazio à tarde. No Centro Histórico, a cena se repetia, com poucos usuários procurando a vacinação contra a Covid-19.