O ministro da Economia, Paulo Guedes, compareceu nesta terça-feira na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para explicar os cortes de orçamento para o ensino superior. De acordo com informações dadas durante a reunião, o serão desbloqueados R$ 900 milhões para as instituições, no entanto, sem confirmação de uma data para a liberação desse recurso.
Guedes insistiu no “voucher para os mais pobres para essas pessoas tenham acesso a mais recursos.” O ministro também criticou o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
“Um jovem que está começando sua vida, termina a graduação endividado e não consegue um emprego? Como vai pegar essa dívida?”, questiona. “Nesse contexto defendo o voucher para esses estudantes da periferia, o Fies funciona melhor para uma família de classe média, estabelecida, que tem condições de pagar essa dívida depois.”
Durante sua apresentação, o ministro da Economia informou que o orçamento para a Educação tem crescido ao longo dos anos, o que foi rebatido pela deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), que comparou o crescimento do orçamento do ministério da Defesa. Ela também destacou não apenas a falta de investimento nas universidades, pesquisa como também a falta de uma discussão sobre as metas do Plano Nacional de Educação.
O requerimento para a vinda do ministro foi assinado pelos deputados Sâmia Bomfim (Psol-SP), Glauber Braga (Psol-RJ) e Ivan Valente (Psol-SP).
Na opinião dos deputados, o Ministério da Educação não tem gasto uma parcela considerável dos recursos que são assegurados pelo Orçamento, penalizando os investimentos necessários nas universidades públicas. Segundo eles, a educação superior, em 2020, recebeu recursos que correspondiam a 75% da dotação de 2015.