Dados do monitoramento genômico do coronavírus, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelaram que a cepa P.1, identificada em Manaus (AM) em janeiro, teve a predominância ampliada no Brasil, representando, em abril, 92% de todas as amostras sequenciadas pela rede.
A variante é apontada como ingrediente na chamada segunda onda de infecções e mortes em todo o país, no mês passado. Em março, a P.1 já aparecia em 86% do total de genomas do SARS-CoV-2 analisados no país. Em fevereiro, a variante era responsável por 57% dos casos de Covid-19, e em janeiro, por 28%.
O monitoramento da Fiocruz mostra uma clara substituição das variantes em circulação no país a partir de dezembro. As cepas B.1.1.33 e B.1.1.28 eram as predominantes durante o pico de infecções no ano passado. Essas duas variantes atualmente equivalem a menos de 4% do total de casos de infecção.
Inicialmente a P.1 passou a ser observada com maior frequência no Norte. No entanto, assumiu predominância em todas as regiões do pais a partir de março, com percentuais de incidência entre 91,3% (Sudeste) a 100% (Norte e Sul).
Devido às mutações que sofreu, a variante P.1 é mais transmissível que as cepas tradicionais e também associada a uma possível carga viral maior.
Essa é uma das seis variantes de preocupação classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como as identificadas no Reino Unido (B.1.1.7), África do Sul (B.1.351), Califórnia/EUA (B.1.429 + B.1.427), Nigéria (B.1.525) e Índia (B.1.617).
A variante indiana teve oito casos confirmados no Brasil (todos importados), segundo o Ministério da Saúde.