Diante de um possível aumento do número de casos e mortes pela Covid-19, nas próximas semanas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu neste sábado que o país concilie “a saúde com a retomada da economia”. Em discurso na cidade de Iguape, no interior de São Paulo, o ministro afirmou ser preciso “tranquilizar a população brasileira para que ela possa conosco enfrentar esse desafio sanitário”.
A fala de Queiroga ocorre no momento em que alguns estados brasileiros sentem os primeiros sinais de recrudescimento da pandemia. O próprio ministro afirmou, nesta semana, não descartar uma uma “terceira onda” da doença, embora não tenha havido queda expressiva dos indicadores desde o pico de abril.
Um dos locais a ser visitado pelo ministro é Pernambuco, estado com de 90% dos leitos de UTI ocupados hoje por pacientes com Covid-19. Queiroga está a caminho do estado nordestino neste sábado.
“Vou para o Recife e vou visitar a região do agreste pernambucano, que teve um aumento de casos uma pressão sob o sistema de saúde, e nós vamos levar concentradores de oxigênio para socorrer aquela região”, explicou.
O estado de Pernambuco e outras duas unidades da federação foram alvos de um recurso do presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra as medidas de restrição de mobilidade visando reduzir a curva de contágio.
Na ação proposta pela Advocacia-Geral da União (AGU), o governo sustenta que Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraná impuseram regras que ferem “preceitos constitucionais inafastáveis”.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, Queiroga falou sobre a “preocupação” com a terceira onda e associou um eventual aumento de casos à flexibilização de medidas impostas por prefeitos e governadores para conter o avanço do vírus.
“A terceira onda é uma preocupação, assistimos agora a uma redução da tendência de queda de óbitos. Isso pode ser resultado da flexibilização das medidas de bloqueio. Quando abre, naturalmente, surgem novos casos. Se essa tendência é desmesurada, vai ter uma nova pressão ao sistema de saúde, que posteriormente se reflete em óbitos. Mas também pode ser fruto de uma variante e ainda não temos essa resposta ainda”, afirmou.