Presidente do Senado critica órgão que gere sistema elétrico no país

Governo alerta para a pior seca em 91 anos em cinco estados do Brasil. Emergência hídrica deve afetar MG, GO, MS, SP e PR

Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado / Divulgação

Em meio à crise hidríca, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou nesta sexta-feira o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), responsável pela gestão do sistema elétrico no país. “O Operador Nacional do Sistema Elétrico, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, apoderou-se das águas brasileiras para o seu propósito único de geração de geração de energia”, afirmou.

“Essa política energética sem ideias, que não planeja e não pensa em médio e longo prazo, reduz os níveis de água e sacrifica o abastecimento, o turismo, a navegação, a agropecuária, a piscicultura e o meio ambiente. Sacrifica, sobretudo, milhares de pessoas”, acrescentou.

Crise Hídrica 

Com o volume escasso de água nos principais reservatórios do país, o ONS decidiu fazer uma varredura em cada usina térmica instalada e em operação para saber exatamente com o que pode contar, a fim de afastar riscos de apagão e racionamento de energia.

Na última segunda-feira, o órgão disparou um documento a 40 empresas do setor elétrico que possuem usinas térmicas movidas a gás, óleo diesel, biomassa e carvão. No ofício, o ONS solicita detalhamento semanal ou diário dos cronogramas de manutenção e operação previstos até dezembro de 2021.

O órgão alerta que, considerando o potencial de geração de energia hidrelétrica acumulado entre setembro de 2020 e maio deste ano, esta “configurou-se como a pior condição hidrológica” de todo o histórico de vazões em 91 anos de medição.

O governo deve emitir alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados brasileiros – Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Todos compõem a bacia do Rio Paraná, onde se concentra parte da produção agropecuária e grandes hidrelétricas. Na região, a situação é classificada como “severa” e a previsão é de pouco volume de chuvas para o período.

O presidente do Senado afirmou, ainda, que a previsão de secar os reservatórios, como Furnas, em Minas Gerais, é “inaceitável, ainda mais depois dos acordos feitos com a bancada federal” mineira.