Em reunião virtual, a Organização Mundial de Saúde Animal, confirmou o Rio Grande do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio, realizado rapidamente na plenária da instituição minutos após o início dos trabalhos, foi recebido com emoção pelo grupo de lideranças reunido no auditório da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para assistir em um telão.
O encontro em Porto Alegre, dentro dos protocolos de saúde, foi a forma encontrada para celebrar em conjunto a conquista da certificação que vem sendo perseguida há 20 anos pelo estado. Os abraços calorosos deram lugar aos convencionais soquinhos e cumprimentos à distância. Mas a emoção esteve presente entre os servidores da área técnica da secretaria e os representantes do setor produtivo que, em pequeno número, foram convidados a participar da transmissão.
Se não fosse a pandemia, a Reunião Geral da OIE seria presencial, na França. Na última certificação recebida pelo estado em 2015, como a Área Livre de Peste Suína Clássica, várias autoridades estiveram em Paris, mostrando a bandeira do Rio Grande do Sul no momento do anúncio. Desta vez, o certificado será enviado de forma digital.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber comemorou a confirmação do avanço de status sanitário e afirmou que isso “remete o estado a uma condição diferenciada perante os mercados internacionais e é uma referencia à qualidade da produção de proteína animal que aqui se desenvolve”. Kerber também destacou a excelência do serviço veterinário oficial do estado que, mesmo em condições difíceis neste período de pandemia, respondeu às exigências do Ministério da Agricultura e realizou todos os procedimentos necessários para esta conquista.
Desde a sua criação, em 2005, o Fundesa vem atuando em diversas frentes para garantir o aprimoramento do trabalho da defesa sanitária animal no Rio Grande do Sul, contribuindo para a proposição e realização de atividades e repassando recursos para capacitação de pessoal técnico e produtores, bem como a estrutura de instalações, equipamentos e ferramentas necessárias para um avanço seguro e permanente.
Com a certificação, o Rio Grande do Sul e também os estados do Paraná, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso, passarão a ter a possibilidade de exportar proteína animal, inclusive com osso, para mercados mais exigentes.
Palavras com emoção
“E a consagração. Cumprimentamos o governo gaúcho que teve a percepção daquilo que o setores de produção almejavam: alcançar uma condição diferenciada para se apresentar aos mercados.”
Rogério Kerber – presidente do Fundesa
“Foi uma decisão madura. Nos preparamos ao longo de 20 anos para estar aqui hoje. Nos preparamos tecnicamente, treinamos o pessoal, georreferenciamos nossas propriedades. Não foram 20 dias ou 20 meses.”
Rosane Collares – Diretora do Departamento de Defesa Agropecuária da SeapDR
“Momento histórico para a agropecuária nacional, baseado em ciência e décadas de dedicação de milhares de pessoas, dirigido ao objetivo comum de progresso no cenário mundial de produção de carnes.”
Bernardo Todeschini – adido agrícola do Brasil na União Europeia
“Daqui a dez, vinte ou trinta anos lembraremos deste 27 de maio”
Ernani Polo, deputado estadual e ex-secretário da Agricultura
“A gente enxergou o esforço de todos os técnicos. E isso que foi construído, agora temos que levar adiante, continuar avançando”
Helena Rugeri
“Isso nos dá uma obrigação maior. A partir de amanhã temos que manter isso. Cada vez mais essa constância terá que ser reafirmada diariamente.”
Luiz Fernando Rodriguez Jr – secretário adjunto da Agricultura