A quarta semana de depoimentos da CPI da Covid no Senado será aberta nesta terça-feira (25), às 9h, pela secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. A depoente, no entanto, deve se calar quando o assunto for o colapso verificado com a falta de oxigênio em Manaus, no início de 2021.
Ela obteve no Supremo Tribunal Federal um habeas corpus, em 18 de maio, autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que lhe permite ficar em silêncio sobre o tema.
Mayra, secretária do departamento de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da pasta comandada hoje pelo ministro Marcelo Queiroga, é acusada de ter aproveitado a crise sanitária amazonense, ainda na gestão de Eduardo Pazuello, para defender a cloroquina e pôr em funcionamento um aplicativo que indicava o remédio a pessoas que tivessem os primeiros sintomas de covid-19.
Em seu depoimento na semana passada, o ex-ministro da Saúde Pazuello declarou que a sugestão de uso da plataforma foi da secretária. Afirmou, entretanto, que o serviço nunca foi lançado oficialmente e que um hacker o roubou, colocando-o no ar ilegalmente.
Mayra Pinheiro é um dos alvos na ação do Ministério Público Federal no Amazonas que apura a responsabilidade e as omissões do poder público no colapso do sistema de saúde local.
A CPI da Covid vai utilizar a quarta-feira (26) para votar centenas de requerimentos dos integrantes da comissão. Entre eles estão desde quebras de sigilo telefônicos e bancários a novas convocações. Na relação de possíveis depoentes aparecem os ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa), Damares Alves (Mulher) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), além da reconvocação de Queiroga.
Também deve ser discutida a volta à CPI de Pazuello, principalmente após ele aparecer sem máscara em um ato político no Rio, no domingo (23), ao lado do presidente Jair Bolsonaro e outras autoridades.