Na semana passada, não havia favorito no clássico. O mesmo pode ser dito agora sobre o jogo, mas com uma diferença. Há, sim, uma vantagem na final para o lado que veste azul, preto e branco. A vitória por 2 a 1 no Beira-Rio deu ao Grêmio a possibilidade de empatar a partida de volta, neste domingo, às 16h, na Arena, para ser campeão gaúcho – o que seria o quarto título consecutivo. Aos colorados, que vivem uma espiral de dúvidas, um tanto amenizada com a vitória pela Libertadores na quinta-feira e ainda buscam a afirmação de um conceito novo de futebol, cabe o papel de desafiantes.
O Grêmio, além de vencer de virada na casa do rival, vive uma situação mais segura. Desde que Tiago Nunes assumiu, o time tem 100% de aproveitamento. Na quinta-feira, uma equipe totalmente reserva goleou o Aragua, em Caracas, na Venezuela, por 6 a 2, e garantiu passagem para a próxima fase da Copa Sul-Americana. O treinador preservou os titulares, que entrarão descansados no clássico. “Nosso foco é passo a passo. Vamos pensando conforme o jogo, sabendo e avaliando o que precisamos evoluir”, destacou Tiago Nunes após a goleada. Neste domingo, o técnico poderá sagrar-se campeão no profissional do Grêmio pela primeira vez.
Além do bom momento, contra o Inter, Tiago ganha novas opções para escalar o Grêmio. E elas não são poucas. Jean Pyerre e Pepê entraram no segundo tempo contra o Aragua são candidatos a iniciar o Gre-Nal 432. Pinares recebeu oportunidade, Darlan e Léo Chú se destacaram. Existe a possibilidade de Jean Pyerre atuar centralizado, com Pepê na extrema direita e Ferreira na esquerda.
No entanto, o retorno mais aguardado, e que só será confirmado momentos antes da partida, é o do volante Thiago Santos. Com um desconforto na coxa, ele não atuou no Beira-Rio, mas deverá estar à disposição para o jogo na Arena. O meio-campo é o setor da equipe que poderá ter mais mudanças em relação ao jogo de ida.
O Inter tem desvantagens claras. Em primeiro lugar, ainda não solidificou um sistema de jogo. Apesar de manter a posse de bola, como quer Miguel Ángel Ramírez, falta força ofensiva e objetividade ao time. Os colorados cercam o campo adversário e fazem a bola circular, mas não infiltram e criam poucas oportunidades para marcar seus gols.
“Esse modelo só se torna efetivo quando se joga 100%. E não me refiro somente à atitude, mas também à interpretação e à execução. Ele não pede só uma ou duas coisas, pede muitas, e o Inter vem de um modelo totalmente diferente. Por isso, precisamos de tempo. E também de derrotas para perder o medo de tentar algo novo. Mas é complicado, pois há urgência por ganhar e porque há jogos a cada três dias. Não temos tempo para treinar”, lamentou o técnico, ainda em Assunção, após a vitória sobre o Olimpia.
A partida pela Libertadores, que praticamente colocou o time nas oitavas de final da competição também serviu para avaliar algumas mudanças na formação, como Caio Vidal, Lucas Ribeiro e Saravia, recuperado de lesão. Autor do gol do desafogo no Paraguai, Yuri Alberto pode ganhar chance. E
Por outro lado, como o Inter usou titulares em Assunção por precisar do resultado, o time está cansado. Voltou na sexta-feira à tarde do Paraguai e terá apenas dois treinos leves antes do clássico. Ou seja, cansaço e escassa preparação são mais duas desvantagens coloradas na Arena.
Campeonato Gaúcho – Segundo jogo da final
Grêmio
Brenno; Rafinha, Geromel, Ruan e Diogo Barbosa; Lucas Silva, Matheus Henrique, Darlan, Leo Pereira e Ferreira; Diego Souza. Técnico: Tiago Nunes
Inter
Marcelo Lomba; Saravia, Cuesta, Zé Gabriel (Lucas Ribeiro) e Moisés; Rodrigo Dourado, Nonato, Edenilson, Palacios, e Mauricio; Yuri Alberto (Thiago Galhardo). Técnico: Miguel Angel Ramírez
Arbitragem: Leandro Vuaden
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Data e hora: 23/05, às 16h