O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou neste sábado (22) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será convocado para prestar novo depoimento. Ele classificou a participação do ex-ministro na CPI nesta semana como “hilária” e pede que o STF (Supremo Tribunal Federal) permita que Pazuello seja interrogado.
O senador se refere ao habeas corpus concedido pelo ministro Ricardo Lewandowski para permitir que Pazuello deixasse de responder perguntas em que pudesse produzir provas contra si. O ex-ministro deveria, no entanto, falar quanto questionado sobre outras pessoas nas decisões envolvendo o combate a pandemia.
Na avaliação de Aziz e de outros senadores, apesar de Pazuello não ter usado o direito de ficar calado, ele deixou de responder objetivamente a questionamentos e blindou o presidente Jair Bolsonaro. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apontou 15 mentiras e contradições do depoimento.
Aziz usou como exemplo as respostas dadas por Pazuello sobre o episódio em que o presidente anunciou que não faria a compra de doses da vacina CoronaVac dias após o Ministério da Saúde fechar acordo com o Instituto Butantan. O senador entende que ele não deve receber novo habeas corpus para deixar de responder.
“Ele [Pazuello] estava com um habeas corpus debaixo do braço, que permitia que ele falasse o que ele quisesse, que nada poderia acontecer com ele. Por isso que ele está sendo reconvocado, vai ser reconvocado na quarta-feira”, afirmou Aziz em live promovida pelo Grupo Prerrogativas. Ele deverá ser reconvocado por meio de requerimento apresentado na sexta-feira (21) pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
“A gente espera que a gente possa trabalhar sem a ingerência do Supremo”, concluiu Aziz.
Pazuello iniciou seu depoimento à CPI na quarta-feira. Após um suposto mal-estar, a sessão foi suspensa. Na quinta-feira, ela foi retomada e concluída.