Em agenda no Maranhão, Bolsonaro chama o governador Flávio Dino de “ditador”

Presidente da República criticou fechamento do comércio no Estado

Presidente Jair Bolsonaro esteve em Açailândia para a cerimônia de entrega de Títulos de Propriedade Rural no estado do Maranhão. Foto: Isac Nóbrega/PR

Em seu segundo dia de agendas no Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro esteve, na manhã desta sexta-feira (21), em Açailândia para a entrega simbólica de títulos de terra a assentados do Estado. Durante a cerimônia, o político fez duras críticas ao governador Flávio Dino, que é do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), seu opositor declarado.

“Lá na Coreia do Sul [na verdade, Coreia do Norte] tem uma ditadura, o ditador não é um gordinho? Na Venezuela, também uma ditadura, não é um gordinho lá o ditador? E quem é o gordinho ditador aqui do Maranhão?”, disparou o presidente, seguido por gritos “Fora, Flávio Dino” da plateia presente na cerimônia.

O presidente seguiu seu discurso comparando regimes tidos como de esquerda ao Brasil. Segundo Bolsonaro, países como Venezuela e Argentina comprometem a liberdade da população e levam a população à “desgraça”.

“Quando se fala em liberdade, vocês acompanham o que acontece no mundo e no Brasil. Uma escolha mal feita e o povo é levado à desgraça. Assim foi feito com [Hugo] Chavez [que morreu em 2013] e [Nicolás] Maduro [que o sucedeu] na Venezuela. Os mais humildes acabam vindo a pé para o Brasil”, disse.

“Escolhas erradas, com todo respeito e autonomia de qualquer outro país, aqui na Argentina fizeram uma coisa bastante complicada. É a estatização de empresa, é a proibição de exportação de certas mercadorias, é a exigência para qualquer cidadão argentino sair de lá e deixar 30% a título de imposto para o seu estado. Não queremos isso. O comunismo não deu certo em lugar nenhum no mundo. Não vai ser no Brasil que ele vai dar certo”, disse o presidente.

Viagem ao Maranhão

Nesta quinta-feira, o presidente inaugurou a ponte sobre o Rio Parnaíba, em Santa Filomena, na divisa entre os estados do Piauí e Maranhão. Na ocasião confirmou que o governo trabalha no reajuste do Bolsa Família para o início do segundo semestre deste ano. Em fevereiro, o benefício médio chegava a R$ 186, conforme o governo federal.

Durante a entrega de títulos de propriedade rural, hoje, mais de 200 escrituras foram repassadas apenas para moradores de Açailândia. Segundo o Incra, o Maranhão é o segundo estado com maior número de regularizações do país. Jair Bolsonaro destacou a importância do título para produzir e dar acesso ao crédito.

Pandemia

Bolsonaro aproveitou a cerimônia para reafirmar suas críticas às políticas de isolamento social que ajudam a conter a disseminação da pandemia. Segundo o presidente, as medidas adotadas no Maranhão “não tem comprovação científica”.

“Nós devemos enfrentar os problemas. [Quero] dizer que todos no Maranhão aqui que perderam seus empregos: não foi obra do governo federal. Quem fechou o comércio, obrigou vocês a ficarem em casa e destruiu milhares de empregos foi o governador do seu estado. E as medidas adotadas aqui pelo governador não têm qualquer comprovação científica. Foi apenas uma demonstração de força que ele pode oprimir e escravizar o povo dizendo que estava defendendo sua vida.”

Conforme o presidente, os gestores que implementar lockdowns “querem o poder para ficar eternamente no governo”. Por outro lado, especialistas em infectologia apontam que, além da vacinação, as medidas sanitárias mais eficientes para controle da pandemia são o distanciamento social e higiene pessoal.