Após demissão, Ernesto Araújo tem reencontro hoje com senadores na CPI da Covid

Ex-ministro das Relações Exteriores brigou com os parlamentares em março, cobrado pela falta de vacinas

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Depois da saída conturbada do cargo, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo terá a partir das 9h desta terça-feira (18) um reencontro com o Senado na CPI da Covid, quase dois meses depois da audiência pública que foi o estopim da briga de Araújo com os senadores e da sua própria demissão.

Ele será mais um dos ex-integrantes do governo Bolsonaro a prestar depoimento na CPI, que investiga possíveis omissões da gestão no combate à pandemia de covid-19 e desvios de estados e municípios de verbas federais. Como na audiência na qual teve a saída pedida publicamente pelos senadores, Araújo deve voltar a ser cobrado por suas ações enquanto ministro para obter vacinas contra a covid-19.

A questão foi tema do último encontro com os senadores, onde Araújo ouviu de integrantes de diversos partidos, como PSDB, Rede, PT e Cidadania, que sua atuação no ministério era desastrosa para obter os produto e que, sem ele, o Brasil estaria melhor.

Quatro dias depois, Ernesto reagiu e acusou a presidente da Comissão de Relações Exteriores, senadora Kátia Abreu (PP-TO), de o pressionar antes da audiência para que agisse a favor dos chineses na implantação da rede de internet 5G no Brasil. “Se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será um rei no senado”, publicou o chanceler, atribuindo a frase à senadora.

O ataque tornou a permanência de Araújo no cargo, que já era incerta, insustentável. Pressionado por grande parte do Congresso, o chanceler acabou pedindo demissão. Ele mais tarde publicaria textos rebatendo críticas de que sua gestão, marcada por incidentes diplomáticos com a China, não teria dificultado a obtenção de vacinas e de insumos.

Depois dele, o depoimento mais aguardado da semana será o do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira (19). Na quinta-feira (20),está previsto o da secretária de gestão do trabalho e da educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”.