A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (13) o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. O representante da empresa afirmou que as primeiras reuniões do laboratório com os brasileiros começaram em maio de 2020.
“O principal interlocutor no Brasil foi o ex-secretário do Ministério da Saúde, Élcio Franco”, disse Murillo. “Mas ele, que na época era presidente da Pfizer no Brasil, também conversou com outras pessoas da pasta”, completou.
Segundo ele, no dia 16 de julho a Pfizer manifestou o interesse de entregar vacinas ao país. “Em uma reunião de 6 de agosto o Ministério mostrou possível interesse na vacina.”
A primeira oferta feita ao país ocorreu no dia 14 de agosto. Inicialmente, foram oferecidas 30 milhões de doses e posteriormente 70 milhões. De acordo com ele, os lotes começariam a ser entregues no final de 2020.
Conforme Murillo, a Pfizer adota três faixas de preço para sua vacina, de acordo com a capacidade de renda do país comprador.
O representante da Pfizer afirmou que em março deste ano a empresa fechou com o Brasil um acordo de entrega de 100 milhões de doses. Seriam 13,5 milhões no segundo trimestre e o restante no terceiro trimestre.
“Mas vemos que podemos fornecer 15,5 milhões de doses já neste segundo trimestre”, afirmou.
“Estamos nas fases finais da assinatura de nosso segundo contrato com o governo do Brasil, de mais 100 milhões de doses, a ser entregues no quarto trimestre deste ano”, antecipou.
Ele afirmou que a companhia decidiu em julho de 2020 “incluir o Brasil como um dos poucos país do mundo para fazer o estudo clínico fase 3 da vacina.” O estudo contou com 2.900 brasileiros.
O representante do laboratório afirmou que muito cedo a companhia entendeu que a única saída para o fim da pandemia era a colaboração e que todos tinham que trabalhar juntos para superar essa crise mundial.
Murillo explicou que a Pfizer não recebeu dinheiro de nenhum governo para desenvolver sua vacina.
Ele contou que a empresa iniciou 2021 considerando ser capaz de produzir 1,3 bilhão de doses do imunizante ao ano. “Há algumas semanas chegamos à conclusão de que daria para fabricar 2,5 bilhões. Hoje, já são 3 bilhões.”