Melo quer ônibus menores, preços distintos e integração no transporte coletivo

Prefeito disse, em reunião com empresários no setor, que não há mais como aportar dinheiro público em sistema que faliu antes da pandemia; "mesada acabou"

Foto: Guilherme Almeida/CP

Porto Alegre precisa repactuar o sistema de transporte público, criar outra forma de financiamento e integrar as linhas com as que atendem cidades da região Metropolitana, defendeu nessa quarta-feira o prefeito Sebastião Melo. Ele participou de reunião, pela internet, com os representantes da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) da capital.

“O sistema de transporte público de Porto Alegre faliu antes da pandemia da Covid-19 e a pandemia consolidou a falência”, destacou.

O prefeito afirmou que é preciso ter ônibus menores em alguns lugares, preços diferenciados de passagens e uma integração com os sistemas metropolitano e seletivo (lotações). “O sistema não funciona mais como está. Não adianta ter um ônibus da cor A ou B com 50 lugares e andar vazio o dia inteiro”, ressaltou.

O prefeito disse aos empresários que o dinheiro público acabou. “Estamos pagando R$ 16 milhões em oito parcelas. Terminou a mesada”, acrescentou.

Durante os primeiros meses da pandemia do coronavírus, o transporte coletivo de Porto Alegre chegou a transportar somente 20% da demanda usual. Em dezembro do ano passado, o percentual ficou entre 47 e 50%, comparado ao número de passageiros transportados antes da pandemia. Um levantamento da ATP apontou um prejuízo, desde o início da pandemia, que supera os R$ 100 milhões.

O sistema de ônibus urbanos é, também, o único modal da cidade que transporta passageiros isentos de tarifa, ou com benefícios, como é o caso dos estudantes. Além disso, é o único que comprova regularidade através do cumprimento dos horários determinados e fiscalizados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

No ano passado, o número de passageiros transportados nos ônibus de Porto Alegre caiu 52% na comparação com 2019. Foram transportados 112.736.258 passageiros nos coletivos, em 2020, contra 233.645.234, no ano anterior. O número de estudantes transportados caiu de 20.358.610, em 2019, para 2.560.339. O anúmero de isentos em 2019, que atingiu cerca de 49 milhões, baixou para 20 milhões, no ano passado.