Fabricante da Sputnik V alega difamação e dá início a ação judicial contra a Anvisa

Órgão alega falta de dados para negar importação de doses

Foto: Instituto Gamaleya/Divulgação

O Instituto Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V, anunciou nesta quinta-feira (29) que vai processar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por difamação. A informação foi publicada no perfil oficial do imunizante no Twitter.

Segundo a nota, a ação judicial baseada na suposta “disseminação intencional de informações falsas e imprecisas” vai tramitar no Brasil. No início da semana, a Anvisa negou a viabilidade de importação das vacinas em razão da falta de dados por parte da fabricante.

Ainda assim, a agência não fechou totalmente as portas à fórmula. “Nós não inviabilizamos a vacina, as portas não estão fechadas. As informações solicitadas são os critérios mínimos para aprovação do imunizante. Ainda tem os processos do uso emergencial e de importação”, explicou o gerente de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes

O Fundo Russo de Investimento Direto acusa os Estados Unidos de influenciar a posição do órgão brasileiro sobre o imunizante. A Sputnik V possui poucos estudos clínicos publicados em revistas científicas. O mais importante deles, divulgado pela The Lancet, ponta que a eficácia do imunizante é de 91,6% para casos sintomáticos de Covid-19.

A fórmula é objeto de desejo do Governo Federal, assim como de uma série de governadores brasileiros, para a aceleração do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Um consórcio formado por lideranças do Nordeste chegou a adquirir lotes da vacina diretamente – medida cogitada, também, no Rio Grande do Sul.