Comitê de Dados debate novo modelo de enfrentamento à pandemia no RS

Após baixas importantes, há dúvidas sobre quem no governo vai assumir função de 'chefe' do sistema

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Após a publicação do decreto que colocou em vermelho todo o Rio Grande do Sul, o Comitê de Dados do governo gaúcho, coordenado pelo secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, se reúne na tarde desta quarta-feira para começar a tratar da formatação do novo modelo.

Integrantes do Comitê Científico, levando uma série de solicitações e encaminhamentos considerados fundamentais para o retorno às aulas presenciais, pediram para participar da reunião.

Nessa manhã, também o chefe da Casa Civil, as secretárias da Saúde e da Educação, o líder do governo na Assembleia e os presidentes das comissões de Saúde e Educação do Legislativo se reuniram com integrantes do Cpers para debater alternativas à inclusão de professores e funcionários de escola nos grupos prioritários da vacinação contra o coronavírus, e todo o cenário posto a partir da liberação das aulas presenciais para todos os níveis de ensino.

Há, no Executivo, um leque de possibilidades em avaliação para a formatação do modelo que vai substituir o do Distanciamento Controlado, e muitas dúvidas não só em relação a quais serão as novas diretrizes. Há também incertezas sobre quem serão os integrantes do governo que assumirão o papel de idealizadores e coordenadores do sistema, já que os integrantes do Comitê de Dados e Gabinete de Crise com atribuições para essa função hoje ou possuem perfis mais discretos ou inteiramente técnicos, sem maior experiência na chamada “costura política”.

Internamente, as duas “baixas” recentes no centro do governo são apontadas como importantes neste momento. A da ex-secretária de Planejamento, Leany Lemos, e a do ex-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian. Ambos agora exercem funções no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Leany preside a instituição e Vivian integra a diretoria.

À margem da questão do comando, os técnicos já oferecem alternativas de diretrizes a compor o novo modelo. Entre aquelas em estudo, há desde o estabelecimento de períodos mais longos do que uma semana para a mudança nos níveis de restrições hoje simbolizadas por quatro cores diferentes de bandeiras (preta, vermelha, laranja e amarela), até um sistema mais próximo do chamado Plano São Paulo, utilizado naquele estado.

Em São Paulo, outro estado comandado pelo PSDB, o governador João Dória também usa um sistema de cores para simbolizar o nível de alerta em relação a pandemia. Mas há algumas nuances, como cinco fases ao invés de quatro, e a priorização de setores de acordo com a vulnerabilidade econômica e a geração de empregos.

*Com informações da repórter Flávia Bemfica/Correio do Povo