A decisão do Tribunal de Justiça que manteve a suspensão das aulas presenciais enquanto vigorar a bandeira preta no Rio Grande do Sul precipitou mudanças importantes no sistema de Distanciamento Controlado do governo gaúcho para o combate contra a Covid-19. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, se manifestou nesta terça-feira (27) e defendeu a “construção de uma nova modelagem”.
“A nossa avaliação é de que é a hora de colocar a ‘bola no centro’ do ponto de vista da administração das bandeiras aqui no Rio Grande do Sul e construir uma nova modelagem. Muitas ‘gambiarras’ que foram feitas nos fizeram chegar até aqui. Já tivemos muitas incoerências até aqui e a verdade é que o sistema de bandeiras faliu”, disse.
Melo garantiu que a prefeitura está colocando seus melhores técnicos para auxiliar o governador Eduardo Leite no momento que chamou de transição. “Reafirmo que já deveríamos estar em bandeira vermelha desde a semana passada e assim não chegaríamos neste ponto de as crianças não poderem retomar as aulas presenciais. Nós continuamos defendendo que a cidade continue funcionando com protocolos rígidos e que os esportes livres possam acontecer e que as nossas escolas possam funcionar, até porque os bares, os supermercados e as igrejas funcionam. Quem sabe a gente leva as crianças para dentro das igrejas para que tenham aulas, ou para bares e restaurantes, aí pode”, afirmou.
Reunião de emergência
Por conta da decisão do Tribunal de Justiça sobre as aulas presenciais, o governo do Estado decidiu convocar para hoje uma reunião de emergência. Duas decisões já foram tomadas: Rio Grande do Sul estará todo em bandeira vermelha e a cogestão será suspensa para frear liberações municipais que possam ser demasiadas.
A iniciativa do governo representa claramente driblar a determinação judicial, que sustentou uma regra criada pelo próprio Executivo anteriormente: de que com a bandeira preta, as aulas não poderiam ser retomadas.
Mais mudanças no Modelo de Distanciamento Controlado ainda estão em análise, entre elas, a derrubada da trava de 0,35, diferença entre leitos ocupados de UTI/Covid e leitos livres. A ideia é a de que haja um período de transição, de 10 dias, com as mudanças já definidas. As outras alterações devem vir após esse período