Fiocruz aponta que Covid-19 segue crescendo entre os mais jovens

Observatório da Fundação mostra aumento de mais de 1.000% em óbitos de pessoas de 20 a 29 anos, entre 4 e 17 de abril

Foto: Ricardo Giusti / CP

O boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado na tarde desta sexta-feira, mostrou que segue o rejuvenescimento da pandemia no Brasil. Os dados foram calculados com base nos registros de 4 a 17 de abril, da 14ª e 15ª semanas epidemiológicas de 2021. As comparações são feitas com a primeira semana do ano da epidemia.

De acordo com o estudo, o maior crescimento de óbitos pela infecção do SARS-CoV-2 aconteceu na faixa etária de 20 a 29 anos, com aumento de 1.081,82%. Já entre os novos casos da doença, as pessoas entre 40 e 49 anos foram as mais afetadas e o índice subiu 1.173,75%.

Além dessas evidências, quando é analisada as idades dos pacientes de unidades de Terapia Intensiva (UTI), fica claro que mudou a faixa etária dos doentes graves. Na semana epidemiológica um, a proporção de doentes com menos de 70 anos internados em UTI era 52,74%. Na 14ª semana, 72,11% dos internados tinham idades inferiores.

Números gerais

O documento registra um crescimento de novos infectados em todas as idades. O crescimento global chega a 642,80%. Algumas faixas etárias mantiveram crescimento superior ao global: 20 a 29 anos (745,67%), 30 a 39 anos (1.103,49%), 40 a 49 anos (1.173,75%), 50 a 59 anos (1.082,69%) e 60 a 69 anos (747,65%).

O aumento global do número de óbitos atinge 29,47%. As mesmas faixas etárias tiveram aumento diferenciado: 20 a 29 anos (1.081,82%), 30 a 39 anos (818,60%), 40 a 49 anos (933,33%), 50 a 59 anos (845,21%) e 60 a 69 anos (571,52%).

No período analisado, quase todos os Estados apresentaram estabilidade no número de novos casos e óbitos, com exceção de Roraima. Lá, os números voltaram a subir, nos dois índices.

As maiores taxas de incidência de Covid-19 foram verificadas em Rondônia, Amapá, Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e no Distrito Federal.

Já as taxas de mortalidade mais elevadas aconteceram nos estados de Rondônia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

O Boletim adverte que as regiões aSul e Centro-Oeste são classificadas como críticas para as próximas semanas, o que pode ser agravado pela saturação do sistema de saúde. Sobre a mortalidade, o Rio de Janeiro registra o pior índice do Brasil, com 8,3%, seguido de Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%).

Segundo os pesquisadores, a alta letalidade revela grave falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes de diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves.