Bolsonaro nomeia Pazuello para cargo na Secretaria-Geral do Exército em Brasília

Novidade permite que ele saia de Manaus, onde estava lotado, e se fixe na capital federal

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerado há um mês devido a falhas na gestão da pandemia, voltará para Brasília. O presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário da Oficial desta sexta-feira (23) que o general da ativa assumirá um cargo na Secretaria-Geral do Exército. A nomeação permite que ele saia de Manaus, onde estava lotado, e se fixe na capital federal, deixando seu posto na 12ª Região Militar, no Amazonas.

Pazuello será o principal alvo da CPI, que investigará possíveis omissões do Governo Federal no combate à pandemia de Covid-19. Na semana passada, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) sinalizaram que devem punir Pazuello e seus auxiliares. Relator da ação sobre a conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária, o ministro Benjamin Zymler disse que a pasta evitou assumir a liderança do combate da pandemia.

O TCU aponta que uma das ações da gestão de Pazuello foi mudar o plano de contingência do órgão na pandemia, com a finalidade de se isentar quanto ao gerenciamento de estoques de medicamentos e insumos. “Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades”, afirmou Zymler.

Vale ressaltar que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou no fim de março a remessa de inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por suposta omissão na gestão da crise do coronavírus no Amazonas para a primeira instância, na Justiça Federal do Distrito Federal. O pedido havia sido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Instabilidade

Pela terceira vez em menos de um ano, Bolsonaro decidiu trocar o comando do Ministério da Saúde. Pressionado por falhas na gestão na pandemia de Covid-19, principalmente pelo ritmo lento na vacinação, e pelo bloco do Congresso chamado de “centrão”, Pazuello deixou o cargo no dia 15 de março. Antes dele, ocuparam o posto os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.