Onze dias após invasão de hackers, site da Biblioteca Nacional segue fora do ar

Havia a expectativa de que parte dos serviços fossem retomados nesta quarta-feira, mas os profissionais de tecnologia da informação desaconselharam o retorno

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Fora do ar desde o início da semana passada após uma invasão hacker, o portal da Biblioteca Nacional (BN) segue sem previsão de retorno. Havia a expectativa de que parte dos seus serviços fossem retomados nesta quarta-feira, 21, mas os profissionais de tecnologia da informação (TI) da biblioteca desaconselharam o retorno por risco de um novo ataque, “colocando em risco a integridade do acervo”.

“Infelizmente não teremos a reabertura da Hemeroteca hoje (ontem, quarta-feira). Fomos alertados de que ainda não é seguro fazer essa abertura, sob risco de perda de dados”, disse no início da noite de quarta o chefe de gabinete da instituição, Marcelo Gonzaga. Ele preferiu não dar uma previsão de quando os serviços voltarão a funcionar, mas deixou transparecer certo pessimismo. “Dificilmente acontecerá esta semana.”

Em nota publicada nas redes sociais, a BN reiterou que a administração “já havia sinalizado a prioridade no retorno de alguns desses serviços (notadamente a Hemeroteca Digital), e que esse retorno pudesse ser realizado na data de hoje (quarta), mas técnicos especializados informaram que a abertura nesta data poderia expor os arquivos a uma nova infecção, colocando em risco a integridade do acervo”.

Considerada uma das dez maiores do mundo, a Biblioteca Nacional guarda todo o patrimônio bibliográfico e documental do País. Fonte para milhares de pesquisas, o site registrou em média quase nove milhões de visitas por mês no primeiro trimestre deste ano. O principal interesse do público é na Hemeroteca Brasileira, que possibilita a pesquisa online de periódicos de todo o País.

O ataque hacker ao site da instituição começou no dia 11 de abril, um domingo, e foi identificado na manhã seguinte. Por precaução, todos os servidores foram desligados. Desde então, houve tentativas de reativação de ao menos parte dos serviços, mas em todos os casos a TI identificou novos riscos de ataque e orientou a BN a manter qualquer serviço online desativado. Nem mesmo os e-mails estão funcionando.

A demora na reativação dos serviços digitais contrasta com o que aconteceu com outros portais no ano passado. Sites do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral e do Ministério da Saúde também foram alvo de hackers. O retorno normal do funcionamento naqueles casos ocorreu em poucos dias. A Biblioteca Nacional, porém, está digitalmente às escuras há mais de dez dias.

*Com informações da Agência Estado