Eletricitários da CEEE mantêm serviços essenciais durante greve

Segundo o sindicato da categoria, profissionais optaram pela paralisação devido a perda de direitos e risco de demissão em massa

Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

Em greve há nove dias, os eletricitários da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) seguem mantendo apenas os serviços essenciais em funcionamento. Foram mantidos os atendimentos de emergência nas subestações, o apoio ao Corpo de Bombeiros Militar no serviço de rua e a manutenção da rede de energia elétrica em caso de acidentes, segundo informou o sindicato da categoria.

A presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul), Ana Maria Spadari, disse que a categoria decidiu pela paralisação em razão das perdas de direitos e dos cortes de cláusulas em um recente acordo coletivo, que retiraram benefícios como bônus alimentação e refeição, além do auxílio no plano de saúde. Cerca de quatro mil trabalhadores aderiram ao movimento de paralisação após as tentativas frustradas de negociação com a CEEE desde janeiro.

Segundo a presidente do Senergisul, o debate não evoluiu e o impasse exigiu mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Ana Maria explicou que a empresa tenta derrubar a garantia de estabilidade de seis meses para os trabalhadores após a venda da companhia, com a possibilidade de demissão em massa.

O presidente da CEEE, Marco da Camino Ancona Lopez Soligo, informou que não se pretende se manifestar sobre a paralisação dos servidores e nem sobre os serviços afetados pela greve.

Em março, o Grupo Equatorial Energia venceu o leilão de privatização da CEEE. O grupo atende quase 10% do total de consumidores brasileiros e responde por 6,5% do mercado de distribuição do país.

O grupo venceu o leilão ao apresentar proposta de R$ 100 mil. Não houve disputa, uma vez que havia só uma única empresa participante. Na época, Soligo destacou a importância da desestatização para o Rio Grande do Sul e para o setor elétrico brasileiro.