Em greve há nove dias, os eletricitários da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) seguem mantendo apenas os serviços essenciais em funcionamento. Foram mantidos os atendimentos de emergência nas subestações, o apoio ao Corpo de Bombeiros Militar no serviço de rua e a manutenção da rede de energia elétrica em caso de acidentes, segundo informou o sindicato da categoria.
A presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul), Ana Maria Spadari, disse que a categoria decidiu pela paralisação em razão das perdas de direitos e dos cortes de cláusulas em um recente acordo coletivo, que retiraram benefícios como bônus alimentação e refeição, além do auxílio no plano de saúde. Cerca de quatro mil trabalhadores aderiram ao movimento de paralisação após as tentativas frustradas de negociação com a CEEE desde janeiro.
Segundo a presidente do Senergisul, o debate não evoluiu e o impasse exigiu mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). Ana Maria explicou que a empresa tenta derrubar a garantia de estabilidade de seis meses para os trabalhadores após a venda da companhia, com a possibilidade de demissão em massa.
O presidente da CEEE, Marco da Camino Ancona Lopez Soligo, informou que não se pretende se manifestar sobre a paralisação dos servidores e nem sobre os serviços afetados pela greve.
Em março, o Grupo Equatorial Energia venceu o leilão de privatização da CEEE. O grupo atende quase 10% do total de consumidores brasileiros e responde por 6,5% do mercado de distribuição do país.
O grupo venceu o leilão ao apresentar proposta de R$ 100 mil. Não houve disputa, uma vez que havia só uma única empresa participante. Na época, Soligo destacou a importância da desestatização para o Rio Grande do Sul e para o setor elétrico brasileiro.