O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, foi à Câmara dos Deputados para explicar os altos gastos do presidente Jair Bolsonaro durante suas férias na virada do ano. De acordo com ele, o período nem poderia ser chamado de férias, afinal o presidente trabalhou nesse período.
Rosário disse aos deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que os gastos com hospedagem responderam por cerca de 70% do custo de R$ 1,2 milhão com a viagem do final do ano passado a São Paulo e a Santa Catarina. O valor é ainda maior, segundo ele, com as aeronaves necessárias para os deslocamentos.
Com base nos valores médios das diárias informados pelo ministro, o deputado Elias Vaz (PSB-GO), um dos quatro autores do requerimento de audiência, disse que o valor seria suficiente para 4.900 diárias. Wagner Rosário explicou que os gastos eram com a hospedagem total e não só as diárias de hotéis, inclusive com as equipes de segurança.
Questionado pelos deputados sobre o sigilo dos gastos feitos com cartão corporativo, o ministro disse que isso se justifica pela questão da segurança: “Se eu discrimino a quantidade de diárias e dou o valor exato para vocês e digo quanto é a diária, vocês sabem quantas pessoas estão lá.”
Ele admitiu, no entanto, que o preço da hospedagem tinha ficado um pouco acima do usual porque a segurança teve que ficar em quartos separados por causa do risco de contágio por covid-19. O presidente Jair Bolsonaro passou 18 dias entre São Francisco do Sul, em Santa Catarina; e Guarujá, São Paulo.