Debate reúne presidenciáveis “de centro” neste sábado

Cinco dos pré-candidatos ao Planalto para 2022 confirmaram participação em evento virtual

Foto: Reprodução/R7

Pela primeira vez desde o lançamento de um manifesto conjunto em defesa da democracia, em 31 de março, quatro dos seis signatários do documento e um quinto político disposto a enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas urnas se reúnem nesta semana para um debate público em meio virtual.

João Dória, governador de São Paulo, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, e Luciano Huck, apresentador de televisão, além de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, participarão de uma live batizada de Desafios do Brasil, que ocorre neste sábado, às 19h, para alunos da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachussets, ambos em Cambridge, nos Estados Unidos. O debate encerra o evento, que começou no domingo passado. Ausentes da lista, dois que também assinaram o manifesto: Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde (que debateu o SUS, durante a semana, em outra programação da Brazil Conference), e João Amoêdo, presidente do Novo.

A novidade é a participação do petista, Fernando Haddad, vista como uma sinalização de eventual recuo estratégico do ex-presidente Lula, cujo retorno ao cenário eleitoral acelerou a mobilização das correntes de centro e centro-esquerda. Nenhum representante do PT assinou o manifesto em defesa da democracia, distribuído na mesma data em que o então novo ministro da Defesa, general Braga Neto, divulgou nota em comemoração ao movimento de 1964, que iniciou o regime militar no Brasil.

O encontro virtual é visto como primeiro teste público da mobilização dos presidenciáveis, que visa buscar uma terceira via à eventual polarização eleitoral entre Bolsonaro e Lula, em 2022. A iniciativa surge a partir da percepção de que tanto o presidente quanto os petistas mantêm cerca de 30% de eleitorado fiel, restando uma importante margem de eleitores de centro a serem disputados, capazes potencialmente de promover uma guinada no resultado de 2022.

A dificuldade, no entanto, está na consolidação de uma cabeça de chapa dentro do grupo de pré-candidatos, todos com trajetória e pontos de vista, sob vários aspectos, inconciliáveis.