Por falta de imunizantes, ao menos seis capitais do país atravessaram esta sexta-feira sem aplicar uma única primeira dose na vacinação contra a Covid-19. A situação ocorre em quatro capitais do Nordeste — Salvador (BA), Maceió (AL), São Luís (MA) e João Pessoa (PB) —, uma do Centro-Oeste (Goiânia-GO) e uma do Norte: Rio Branco, no Acre. Em todas as cidades, a mesma justificativa: a falta de doses.
Palmas, no Tocantins, também não imunizou um único morador com a primeira dose nesta sexta, apesar de ter estoque. De acordo com informação obtida na página da prefeitura no Facebook, para aproveitar os funcionários sem interromper os demais trabalhos das unidades de saúde, há uma escala na cidade com os dias em que ocorre a campanha contra a Covid-19. Hoje, não. Amanhã, sim.
Cada estado imuniza seguindo as próprias regras, o que evidencia a falta de unicidade e de coordenação nacional. João Pessoa, na Paraíba, mesmo com o trabalho paralisado, já aplica CoronaVac ou AstraZeneca, únicas opções no Brasil, em pessoas com 57 anos de idade. São Paulo, que ainda não parou, ainda convoca cidadãos de 67.
Já Curitiba, no Paraná, põe na frente entre pessoas da mesma idade quem nasceu no primeiro semestre. E em Goiânia, a chamada leva em conta também a ordem alfabética.
A capital paranaense, aliás, havia interrompido as aplicações nesta semana, mas decidiu retomá-la nesta sexta usando como matéria-prima o que havia guardado de segunda dose. A medida ocorreu porque a administração recebeu a confirmação do governo federal de que logo entrarão no município mais lotes de imunizantes.
Florianópolis, em Santa Catarina, também retomou a campanha hoje depois de receber de madrugada 229,2 mil doses do governo federal. Desse total, 141 mil são para a primeira dose.
Governadores e prefeitos seguem tentando comprar vacinas por conta própria, sem esperar o Ministério da Saúde. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) coordena um consórcio de municípios, interessados em adquirir os compostos no mercado internacional, que negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.