Periferia de Porto Alegre ficou mais exposta à Covid-19 no mês mais crítico da pandemia

Nas últimas semanas, doença avançou menos em bairros mais afetados no início, como Jardim Europa e Moinhos de Vento

Foto: Mauro Schaeffer/CP

Em março, no mês mais crítico da pandemia de Covid-19 em Porto Alegre, a quantidade de pessoas infectadas aumentou consideravelmente em bairros da região sul e norte da cidade, como Extrema e Santa Rosa de Lima. De acordo com o mapeamento da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), apesar de o crescimento ter sido generalizado, nas últimas semanas a doença avançou menos em bairros mais afetados no início da pandemia, como Jardim Europa e Moinhos de Vento.

Entretanto, o crescimento agressivo da doença obrigou o mapa a ter as cores e os intervalos da taxa de incidência por mil habitantes ajustados novamente, fato que já tinha ocorrido em dezembro do ano passado e em janeiro deste ano.

Conforme os dados da semana epidemiológica 13, que compreende os dias entre 28 de março e 3 de abril, a maior taxa de incidência segue sendo a do pequeno bairro de Pedra Redonda, que com 67 casos entre os 274 moradores, resultou em uma taxa de 244 casos para cada mil habitantes. Já em números absolutos, o Sarandi é o que mais teve infectados, com registro de 5.208 casos em uma população de 59.711 pessoas. No começo do mês, eram 4.440, o que representa um crescimento de 17,30%.

Na ponta de baixo da tabela, não houve alterações. O Arquipélago era o bairro com a menor taxa de casos por mil habitantes, com 30,49 na semana 9 e 39,98 praticamente um mês depois. Lá vivem 8.330 porto-alegrenses. Em números absolutos, São Caetano se manteve como a localidade com o menor número de casos, acumulando 40 em uma população de 757 e uma taxa de incidência de 52,84 casos a cada mil habitantes. Na semana 9, eram 35.

Entretanto, é em bairros como a Extrema, na zona Sul, em que a pandemia avançou para valer no último mês. Houve um aumento de 32% no número de casos, passando de 67 para 89. Em segundo lugar, o Arquipélago também revela o contágio acelerado. Mesmo com a menor taxa de incidência do município, o bairro das ilhas do Guaíba teve um crescimento de 31,1%.

A Lomba do Pinheiro, na zona Leste, teve avanço de 24%, passando de 3.824 casos para 4.747. O mesmo ocorreu no bairro vizinho da Cascata, com um avanço de 27,57%.

Na zona Norte, Santa Rosa de Lima teve um crescimento de 27,28% (de 2.247 casos para 2.860) e o Mario Quintana de 27,57% (2.064 para 2.633). No oposto do ranking, Jardim Europa, Pedra Redonda, Jardim São Pedro e Três Figueiras tiveram avanços inferiores a 7% no mesmo período.