SP entra no quarto dia de fase vermelha sob ameaça de greve no Metrô

Sindicato decidiu por paralisação na próxima terça-feira (20) para cobrar ações dos governos estadual e municipal contra a pandemia

Metroviários cobram empresas, estado e cidade de SP por ações contra pandemia GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO - 09.02.2021

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo anunciou, após a realização de assembleia, a decretação de uma greve sanitária, marcada para a próxima terça-feira (20), em protesto pela contaminação e pelas mortes de funcionários em função da pandemia da covid-19.

De acordo com o comunicado, uma nova reunião deverá ocorrer no próximo dia 19 (véspera do ato) para discutir a paralisação — que abrangerá funcionários de todas as linhas, inclusive da ViaMobilidade e ViaQuatro.

Os metroviários reivindicam a vacinação urgente da categoria e demais trabalhadores do transporte público, além da implementação de lockdown, pagamento de auxílio emergencial (no valor de R$ 600,00) e o cumprimento das diretrizes descritas no Plano de Emergência apresentado pelo sindicato para conter a disseminação da doença no setor.

Segundo números apurados pelo sindicato, houve 24 mortes e 1.147 afastamentos de metroviários de São Paulo em decorrência do novo coronavírus.

“A nossa greve pode acontecer porque queremos viver. Já perdemos mais de 20 colegas de trabalho. Isso também ocorre entre os motoristas de ônibus e trabalhadores da CPTM. Defendemos a vacina para todos, mas achamos justo que os trabalhadores do transporte estejam entre os grupos prioritários. Queremos vacina, respeito e nenhum ataque aos nossos direitos”, declarou Camila Lisboa, coordenadora-geral do sindicato.

Cobrança por ações eficazes

A categoria vê o governador do estado, João Doria, e o prefeito paulistano, Bruno Covas, como incapazes de impor medidas restritivas eficazes para conter o avanço da doença e garantir a subsistência da população, como o lockdown e o pagamento de auxílio emergencial.

Para Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários, o governo estadual e a prefeitura paulistana são “reféns do empresariado”.

“O problema é que [trata-se de] uma reação em cadeia. Você não faz o lockdown, não consegue restringir o transporte. E para fazer o lockdown, tem que garantir às pessoas que fiquem em casa sem passar fome, tem que garantir às indústrias que deixem os trabalhadores em casa e continuem pagando os seus salários. E as pequenas e médias empresas precisam de ajuda do governo. Como temos um mercado informal muito grande, é preciso garantir o auxílio emergencial. O governo estadual tinha que pensar em coisas desse tipo”, complementou.