O governo estadual encaminhou, nesta quinta-feira, uma nova solicitação de medicamentos do kit intubação ao Ministério da Saúde (MS). O ofício é assinado pelo governador Eduardo Leite e dirigido ao titular da Pasta, Marcelo Queiroga.
No documento, o governo gaúcho solicita 22 tipos de medicações hoje com estoques críticos na rede hospitalar. Entre eles, Diazepam, Midazolam e Atropina, utilizados na intubação de pacientes com coronavírus.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), em função da pandemia, levantamentos vêm sendo feitos semanalmente com os hospitais e pronto atendimentos para averiguar a situação dos estoques. A rede hospitalar sofre escassez desde julho do ano passado.
Por conta disso, a Pasta relata que já foram adquiridos medicamentos no mercado nacional e internacional, tanto pelo Ministério da Saúde quanto diretamente pelo Estado. Em 2020, foram distribuídos cerca de 150 mil frascos de medicamentos e, em 2021, já foram entregues, em 10 remessas, cerca de 225 mil frascos. No momento, não há estoque a ser distribuído.
“A situação é desesperadora. Precisamos com urgência que o Ministério da Saúde nos auxilie a repor os estoques dos hospitais, sob pena de os pacientes intubados acordarem sem medicação”, alertou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Ministério sinaliza com novos medicamentos doados por empresas
Em meio à escassez dos fármacos para tratar pacientes graves da Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou no fim desta tarde, em coletiva de imprensa que um lote de 2,3 milhões de medicamentos doados por um grupo de sete empresas – Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin, Petrobras, Raízen e TAG – chega ao Brasil ainda nesta quinta. A previsão é que os remédios sejam distribuídos aos estados a partir desta sexta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o conglomerado de empresas também promete a chegada de outro lote ainda em abril com mais 900 mil produtos como sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides que serão repassados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante a coletiva, o ministro também destacou que os estados com maior poder financeiro também devem buscar insumos por conta própria para garantir que o sistema de saúde local não colapse.
“Existem estados que têm economias maiores do que países e têm condição de buscar estes insumos. Não é só empurrar para as costas do ministério da Saúde. Vamos deixar isso bem claro, é uma atuação tripartite. Se instituições privadas buscam importações e trazem esses insumos para cá, porque grandes estados não fazem isso?”, disse o ministro.
Além disso, ele também afirmou que o ministério vai negociar com países parceiros e recorrer a doações do setor privado. Com as ações, a pasta espera normalizar os estoques em dez dias. Por fim, Queiroga destacou que já há um acordo fechado com a Espanha, uma compra internacional realizada pelo ministério por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a realização de um pregão internacional nos próximos dias. No entanto, o ministro não detalhou quantidades e valores.