Antiviral oral contra a Covid-19 avança para fase final de testes nos Estados Unidos

Medicamento deve ser usado em pacientes que não estejam hospitalizados

Se testes caminharem sem intercorrências, medicamento pode estar disponível ainda em 2021. Foto: Divulgação

As empresas Merck e Ridgeback Biotherapeutics anunciaram, nesta quinta-feira (15), o avanço dos estudos de um antiviral oral destinado a pacientes com Covid-19 que não tenham sido hospitalizados. As duas empresas têm planos de solicitar o uso emergencial da droga no segundo semestre deste ano nos Estados Unidos.

Em comunicado, a farmacêutica afirmou que vai começar a recrutar os voluntários da última fase de testes do molnupiravir entre o fim de abril e o início de maio. Os dados finais dessa parte do estudo deve estar disponíveis entre setembro e outubro. Até agora, o molnupiravir se mostrou promissor no tratamento de casos ambulatoriais.

A fase 3 (parte 2) vai avaliar uma dose de 800 mg do medicamento duas vezes ao dia. Os resultados anteriores mostraram que pacientes diagnosticados com Covid-19 que receberam o molnupiravir apresentaram menos chance de serem hospitalizados ou de morte, na comparação com aqueles que tomaram placebo.

O laboratório conduzia outro estudo em pessoas que já tinham sido internadas com Covid-19, mas decidiu descontinuá-lo, alegando que os dados “indicam que é improvável que o molnupiravir demonstre um benefício clínico em pacientes hospitalizados, que geralmente apresentavam sintomas de maior duração antes do início do estudo”.

Sendo assim, a indicação da droga, caso venha a ser aprovada, deve ser nos moldes de como ocorre hoje com o antiviral oseltamivir (Tamiflu), usado em pacientes com gripe. A administração ocorre precocemente após o início dos sintomas ou confirmação por exame diagnóstico com objetivo de evitar o agravamento da doença.

O antiviral também apresentou resultados de segurança satisfatórios. “Não houve eventos adversos relacionados ao medicamento que levaram à descontinuação nos participantes que receberam molnupiravir”, salienta o laboratório.