Ugeirm contabiliza quase 120 presos em viaturas e delegacias esperando remoção

Levantamento ocorre um dia após sindicato anunciar decisão da Justiça para retirada imediata

Foto: Guilherme Almeida / CP

A Ugeirm Sindicato contabilizou, na manhã desta quarta-feira, em torno de 118 presos em viaturas da Brigada Militar e celas de delegacias da Polícia Civil em Porto Alegre, Vale do Sinos e região Metropolitana. A constatação ocorre um dia depois de a entidade de classe dos policiais civis anunciar que a Justiça determinou ao governo estadual que sejam retirados e transferidos ao sistema carcerário, imediatamente, todos os presos nessa situação.

Conforme levantamento da Ugeirm, a 2ª DPPA, no Palácio da Polícia, por exemplo, tinha 24 presos retidos temporariamente. Em um determinado momento, 12 viaturas da BM chegaram a ficar paradas no local.

Já a DPPA de Canoas tinha 23 detidos, nessa manhã. As DPPAs de Alvorada e Novo Hamburgo recebiam 14 pessoas, cada. Já a DPPA de Gravataí tinha dez e as DPPAs de Viamão e São Leopoldo, seis em cada. No Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) havia cinco detidos e no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) outros quatro.

“O Governo do Estado já havia sido intimado, no dia 11 de março, a cumprir a decisão de retirada imediata dos presos das celas das delegacias. Na ocasião, o governo alegou que os presos não excediam a capacidade dos locais, negando a situação clara de lotação total das DPs da Capital e da região Metropolitana. Essa alegação, além de não condizer com a verdade, é totalmente descabida, pois o próprio Tribunal de Justiça já reconheceu a ilegalidade da manutenção de presos em delegacias, seja em que quantidade for”, manifestou-se a Ugeirm Sindicato em nota oficial.

A entidade de classe recordou que “ao ser instada pelo Judiciário, no dia 26 de março, a se manifestar a respeito da situação das carceragens, demonstrou a realidade, onde presos não só lotavam as celas, como se encontravam espalhados pelas calçadas e viaturas em torno das delegacias”. Conforme a Ugeirm Sindicato, uma manifestação do governo está sendo agora aguardada para “que seja executada a decisão judicial”.