Covid-19: em Porto Alegre, pelo menos 13 mil idosos deixaram de tomar a segunda dose

Governo emitiu alerta para que as pessoas observem o intervalo das aplicações

Foto: Cristine Rochol/PMPA

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo nesta segunda-feira (12) para que as pessoas observem o intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas contra a Covid-19. A informação, presente no cartão entregue aos imunizados após a primeira aplicação, tem sido desconsiderada por boa parte da população.

Em Porto Alegre, por exemplo, 168.055 pessoas receberam a primeira dose de CoronaVac e 47.812 de Oxford/AstraZeneca, até o dia 7 de abril, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Por outro lado, apenas 65.553 receberam a segunda aplicação de CoronaVac e 302 de Oxford/AstraZeneca.

Só na semana passada, 13 mil idosos deixaram de comparecer às Unidades de Saúde para o complemento do imunizante fabricado pelo Instituto Butantan – que precisa ser feito de 14 a 28 dias após a primeira dose. Segundo o diretor da Vigilância em Saúde da SMS, Fernando Ritter, 33 mil pessoas eram esperadas, e apenas 20 mil apareceram.

“Mesmo com atraso, tem que ir. Nós temos que completar o esquema. Não importa se a pessoa levou 18 ou 28 dias para tomar a segunda dose da CoronaVac. Na vacina de Oxford/AstraZeneca, os primeiros a tomar a segunda dose precisam voltar entre o final deste mês e o início de maio. Mas, no caso da CoronaVac, estamos preocupados”, afirma.

Sobrecarga

O grupo que recebeu a vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que pode esperar de 4 a 12 semanas para receber o reforço, é aguardado nos pontos de imunização da Capital a partir do dia 26. Uma das principais preocupações, no momento, é a eventual sobrecarga dos postos – que, em alguns casos, vão acumular as campanhas da Covid-19 e gripe.

“Nessa semana começamos a vacinação da Influenza. Temos que vacinar 220 mil pessoas até o dia 10 de maio, junto com a H1N1 que são 45 mil pessoas nesta semana. E também temos a primeira dose da Covid – que continua para quem tem 63 anos. Então, vai ter um congestionamento aí”, alerta Ritter.

Segundo as farmacêuticas Sinovac, que desenvolveu a CoronaVac, e AstraZeneca, que desenvolveu a Covishield em parceria com a Universidade de Oxford, a primeira dose provoca o sistema imunológico a agir contra a Covid-19. Enquanto isso, a segunda aumenta o número de anticorpos produzidos pelo corpo, ampliando a eficácia.