Presa junto com o namorado, o vereador do Rio de Janeiro Dr. Jairinho, a mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros, passou a ter um novo advogado nesta segunda-feira.
Em nota, Thiago Minagé confirmou ter assumido a defesa de Monique e declarou que vai ter somente uma estratégia: atuar com a verdade.
Procurado pelo R7, o advogado André França, que defendia o casal, disse ter orientado a decisão durante uma visita ao presídio em Niterói, na região metropolitana, onde ela está isolada em uma cela desde quinta.
Segundo ele, a medida teve de ser considerada em razão da prisão e da descoberta de prints – dos quais França disse ter conhecimento apenas pela mídia – da troca de mensagens entre a mãe e a babá sobre as agressões do padrasto contra a criança. A conversa ocorreu, segundo a polícia, um mês antes da morte de Henry.
O advogado André França continua a defender o vereador Dr. Jairinho.
Polícia envia ao MP representação contra advogado de vereador
Em paralelo, a Polícia Civil do Rio confirmou hoje que vai enviar representação à OAB/RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) e ao Ministério Público contra o advogado André França, sob acusação de cometer os crimes de coação de testemunhas e obstrução de Justiça.
De acordo com informações da Record TV, a polícia investiga a defesa do padrasto de Henry Borel pelo suposto vazamento de imagens íntimas de uma ex-namorada do vereador investigado. Na foto, a mulher aparece nua e, através de legenda, agradece Jairinho por pagar por um procedimento.
A mulher em questão, conforme a Polícia, é mãe de uma menina supostamente agredida por Jairinho quando tinha quatro anos de idade. A Polícia aponta que o vereador ordenou a divulgação da foto após o depoimento da mulher à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), em uma tentativa de coagir a testemunha por meio de constrangimento.
A investigação também apura um encontro entre a babá de Henry e a defesa do casal, que aconteceu antes do primeiro depoimento da funcionária. No pedido de habeas corpus, o advogado André França declara que orientou a babá a dizer apenas a verdade em caso de indiciamento.
Na tarde desta segunda-feira, a babá prestou um segundo depoimento à 16ª DP (Barra da Tijuca). Os agentes querem esclarecer o que levou a funcionária a mentir na primeira vez que falou após a morte do menino. Na ocasião, ela sustentou a versão de que a família vivia em harmonia e que nunca havia presenciado agressões por parte de Jairinho.
No entanto, uma troca de mensagens entre a babá e Monique, divulgada pela polícia, mostra que a funcionária tinha conhecimento da violência que o menino sofria pelo padrasto e que alertou a mãe sobre um episódio ocorrido em fevereiro, quando Jairinho desferiu golpes e chutes contra Henry com Monique fora de casa.
Jairinho e Monique foram presos, na quinta, sob acusação de atrapalharem as investigações através de combinação de versões e intimidação de testemunhas.