Sputnik V: governadores do Nordeste querem aplicar vacina russa ainda neste mês

Consórcio comprou 37 milhões de doses e cobra validação de certificados para começar a aplicação

Foto: Instituto Gamaleya/Divulgação

A liberação da Anvisa para uso no Brasil da vacina russa Sputnik V é considerada pelos governadores que integram o Consórcio do Nordeste a saída para a dependência integral do Brasil da importação de insumos da China, hoje necessários para a fabricação tanto da Coronavac quanto da Oxford/Astrazeneca. Em conversa com a colunista do Portal R7, Christina Lemos, o governador do Piauí, Wellington Dias, declarou que “a não aprovação por parte da Anvisa é o único passo a ser vencido para entrega, ainda neste mês de abril, da vacina Sputnik, pronta para o Brasil”. O Consórcio do Nordeste contratou 37 milhões de doses da fórmula russa.

Comparecerá presencialmente ao encontro com o comando da Anvisa, além de Dias, representante técnico do fabricante da Sputinik V. “Hoje devemos, com a presença das partes, acertar as condições de autorização para importância da vacina ainda neste mês de abril”, disse o governador. A agência tem alegado que os russos não apresentaram a documentação necessária para a liberação do imunizante, que já é utilizado em 39 países, inclusive a vizinha Argentina. “A documentação que falta será resolvida, segundo o Fundo Soberano Russo”, assegura Dias.

Para o governador, “não é razoável não seguir o critério de validação, estabelecido em lei, e considerando a validação por agências reguladoras para estes países, uma vez que a vacina tem demonstrado segurança e eficácia, com imunização acima de 90%”. A expectativa entre os gestores estaduais é de redução na entrega de doses de vacinas, por parte do ministério da Saúde, em pleno momento de pico de casos e óbitos por coronavírus. “Confiamos na Anvisa tecnicamente e acreditamos na sensibilidade com um momento de calamidade”, conclui Dias.