Após semanas de restrições, Brasil registra queda de novos casos de Covid-19

É a primeira redução do número de infecções após seis semanas de alta; situação dos hospitais, no entanto, ainda é crítica

Foto: Alina Souza / Correio do Povo

Após seis semanas consecutivas de aumento de novos casos de Covid-19, o Brasil registrou uma queda de 14,2% do número de diagnósticos (76,6 mil a menos) nos últimos sete dias, na comparação com o período anterior, segundo dados do Ministério da Saúde.

O pico de infecções até o momento se deu na semana de 21 a 27 de março, com 539.903 registros de Covid. Dias antes, grandes cidades brasileiras haviam endurecido medidas para diminuir a circulação de pessoas, na tentativa de evitar a superlotação das casas de saúde. No estado de São Paulo, por exemplo, todos os 645 municípios permanecem na fase emergencial desde 15 de março — a previsão é que o decreto dure até 11 de abril.

Medidas semelhantes foram adotadas em outras localidades, fechando comércio não essencial e proibindo atividades que envolvam aglomeração de pessoas. Apesar da queda de novos infectados, as taxas de ocupação de leitos hospitalares destinados a pacientes com Covid-19 permanece em níveis preocupantes na maior parte do país.

O último boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, no dia 31 de março, mostrou que 17 estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Rondônia, Acre, Amapá) e o Distrito Federal tinham mais de 90% dos leitos ocupados em UTIs.

Nessa mesma semana, o número de mortes pela Covid bateu recorde na pandemia: 19.643. O aumento em relação à semana anterior chegou a 10,3%. A explicação é basicamente a mesma das internações. Os pacientes que faleceram na semana passada já haviam sido contabilizados como novos casos muito antes disso.

Apesar de ser a primeira queda de novos casos desde o começo de fevereiro, especialistas dizem que não é o momento de relaxar, principalmente os cuidados individuais, como uso de máscaras e evitar aglomerações.