Brasil registra 1/4 das mortes entre os países com mais óbitos pela Covid-19

No ranking de vítimas pela doença, país está atrás só dos EUA; em proporção, é o 18º

cemitério finados
Foto: Brayan Martins/PMPA

A escalada de mortes em razão da Covid-19 colocou o Brasil no epicentro da pandemia mundial. Praticamente uma em cada quatro vidas perdidas no planeta pela doença aconteceu no país da América do Sul, revelam os dados do Our World in Data, site administrado por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido.

Conforme a plataforma, que analisa a evolução da doença em todo o mundo, 23,7% dos óbitos em decorrência do novo coronavírus foram registrados no Brasil até quinta-feira. Os dados de sexta-feira do Ministério da Saúde não haviam sido contabilizados pelo monitor britânico até o fechamento desta matéria.

Com mais de 553 mil mortes, os Estados Unidos lideravam o ranking. O Brasil vinha logo atrás, superando os 325 mil óbitos, seguido por México, Índia e Reino Unido. No total, as cinco nações detinham, juntas, mais de 1,3 milhão de óbitos, pouco menos da metade de todas as vidas que a doença já levou no mundo inteiro (2,83 milhões).

Proporcionamente, o Brasil tinha, até esta quinta-feira, 1.530,32 para cada um milhão de habitantes, o que colocava o país da América do Sul em 18º lugar.

Vacinação

Para além das medidas de distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos, especialistas são unânimes em atestar que somente a vacinação em massa pode arrefecer a disseminação da pandemia. Apesar de a média diária de injeções ter triplicado em março, menos da metade das doses chegaram de fato aos braços dos brasileiros.

Conforme o Ministério da Saúde, desde 18 de janeiro, mais de 43 milhões de doses foram distribuídas a estados e municípios. Porém, apenas 18,9 milhões foram aplicadas. A diferença se dá na decisão de reservar a segunda dose e garantir estoques, o que vai de encontro à orientação do governo federal, que liberou o uso de todas as ampolas.

A quantidade insuficiente de vacinas, o iminente colapso na saúde pública e os seus efeitos na na atividade econômica levaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a enviar ofício à ONU (Organização das Nações Unidas), apelando para a antecipação da entrega de imunizantes por meio do consórcio internacional Covax Facility.

Para sensibilizar a comunidade internacional, o senador disse que a “situação configura risco sistêmico, de alcance planetário”, e que “o surto de contágios por que passa o Brasil não tem como ser contido no perímetro das fronteiras nacionais”.

O parlamentar pontuou ainda que o sistema de saúde nacional está no limite de suas capacidades e que, em um único dia, o País da América do Sul teve mais vidas perdidas em função da covid-19 do que o ataque terrorista às torres gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.

Cronograma alterado

Em mais uma revisão de estimativa, o governo diminuiu em 46% a previsão de entrega de vacinas para Estados. No mês passado, o Ministério da Saúde informou que despacharia 47,3 milhões de doses neste mês. Agora, a meta é despachar 25,5 milhões, ou seja, queda de 46% em relação ao anunciado em meados de março.

O Brasil conta atualmente com a CoronaVac (Sinovac/Butantan) e a Covishield (Oxford/AstraZeneca/Fiocruz). O governo brasileiro também comprou 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer e outros 38 milhões da Johnson.

O país também deve receber vacinas da Covaxin (Bharat Biotech, da Índia); a Sputnik V (União Química/Intistuto Gamaleya, da Rússa); além do consórcio Covax Facility, objeto da moção enviada à ONU pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Situação epidemiológica

De quinta para sexta-feira, o Brasil registrou 70.238 casos de covid-19 e 2.922, divulgou o Ministério da Saúde ontem à noite. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o País soma 12.910.082 casos de pessoas contaminadas e 328.206 óbitos. O número de pessoas recuperadas da doença é de 11.276.628 (87,3% do total de ocorrências), informou a pasta, que recebe os dados das secretarias estaduais de Saúde.