Evento de posse de novos ministros deve ocorrer na próxima terça-feira

Parte do evento será simbólica, uma vez que alguns já assinaram termo

Bolsonaro exonerou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As mudanças na equipe ministerial feitas pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana devem ser oficializadas em um evento, na próxima terça-feira (6), para a posse dos seis ministros nomeados. A cerimônia ocorrerá pela manhã no Palácio do Planalto, segundo fontes informaram ao Grupo Estado.

Parte do evento será simbólica, já que os ministros da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, e da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, já assinaram seus termos de posse na terça-feira (30).

O troca-troca na Esplanada começou com o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Membro da ala ideológica do governo, o chanceler era alvo de críticas por sua atuação durante a pandemia e sofria pressão no cargo dentro e fora do governo, inclusive com uma ameaça de pedido de impeachment por parte de senadores. Para a chefiar o Itamaraty, Bolsonaro escolheu o embaixador Carlos França, que já foi cerimonialista do Planalto e ocupava até então a chefia da assessoria especial da Presidência.

Incomodado com a falta de apoio das Forças Armadas aos seus posicionamentos, Bolsonaro também pediu o cargo do ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Em seu lugar, indicou o general Walter Braga Netto. No dia seguinte à queda de Azevedo, em um movimento inédito, o presidente também demitiu os três chefes das Forças Armadas.

A nova cúpula militar escolhida é formada pelo general Paulo Sérgio (Exército), o brigadeiro Baptista Junior (Aeronáutica) e o almirante Almir Garnier (Marinha). Os chefes militares foram anunciados por Braga Netto na quarta-feira (31) e devem ter também solenidade para a transmissão de seus cargos nos próximos dias.

Com ida de Braga Netto para a Defesa, o seu cargo na Casa Civil foi assumido pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, que deixou a chefia da Secretaria de Governo (Segov). Na dança das cadeiras, o Centrão emplacou mais uma vaga no governo. A deputada Flávia Arruda (PL-DF) foi nomeada como nova ministra da Segov no lugar de Ramos e passará a cuidar da articulação do governo com o Congresso.

Insatisfeito, o presidente também substituiu o comando da AGU. José Levi deixou o cargo depois de se recusar a assinar a ação apresentada por Bolsonaro para derrubar decretos de toque de recolher determinados por três governadores. Em seu lugar, André Mendonça, que era ministro da Justiça, reassumiu a vaga que já havia ocupado entre janeiro de 2019 e abril de 2020.

Para a Justiça, Bolsonaro escolheu o delegado da Polícia Federal Anderson Torres. Próximo da família do presidente, Torres até então ocupava a função de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas já havia sido cotado para o comando da PF. Os dois ministros foram empossados em cerimônia reservada na terça-feira (30) no gabinete de Bolsonaro, no mesmo modelo da cerimônia de posse do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na semana anterior.

*Com informações da Agência Estado