Melo confirma reabertura de segundo piso do Mercado com recursos da iniciativa privada

Prefeitura vai utilizar contrapartida de empreendimento comercial para conclusão das obras

Foto: Alex Rocha/PMPA

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), estima que a reabertura do segundo piso do Mercado Público possa acontecer em até 90 dias. Segundo o político, as obras do espaço – fechado desde o incêndio que atingiu o prédio, em julho de 2013 – serão concluídas com recursos oriundos na iniciativa privada.

O valor do montante, que será repassado ao Executivo Municipal como contrapartida ao impacto da construção de um empreendimento na zona Sul da Capital, não foi revelado. A tendência, entretanto, é de que a retomada do funcionamento da área mais nobre do Mercado Público seja apenas o ponto de partida da recuperação do prédio.

“O segundo piso já poderia estar funcionando. O prefeito anterior (Nelson Marchezan Júnior, do PSDB) tomou a decisão de apostar em uma concessão, que não deu certo. Nós pegamos a contrapartida de uma empresa e vamos reabrir. E, a partir disso, vamos trabalhar em melhorias para todo o prédio”, declarou Melo.

Presente na lista de patrimônios históricos e culturais do Rio Grande do Sul desde 2019, o Mercado Público é considerado peça-chave no projeto de revitalização do Centro Histórico de Porto Alegre. Sebastião Melo pretende conduzir uma reformulação no Plano Diretor do bairro – tornando-o mais atrativo para investidores, em especial do ramo imobiliário.

A situação do prédio histórico, porém, deve ser resolvida antes do amadurecimento da ideia que está em estudo. “O projeto do Plano Diretor pode demorar um, ou dois anos, para ir à Câmara. A cidade tem pressa. Esse é um projeto que não é só da administração, mas da cidade como um todo”, opinou Melo.

Administração do Mercado segue indefinida

A Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc) ainda aguarda a resposta do Poder Público frente à proposta apresentada pelos permissionários no mês passado. Os empresários querem investir R$ 34,9 milhões na revitalização do prédio – tendo, em troca, o direito de administrar o espaço por 25 anos.

O valor seria utilizado em melhorias como a adequação das instalações logísticas e do sistema de gestão de resíduos, a implementação de um sistema de energia fotovoltaica e a requalificação das calçadas. Caso receba o aval de Melo, a proposta ainda precisará ser aprovada pela Câmara de Vereadores da Capital.