Policiais pedem vacinas durante carreata em protesto a morte de agentes por Covid-19

Sindicato soma seis óbitos entre integrantes da Polícia Civil; Governo do Estado diz que apenas dois estavam na ativa

Sindicato alerta para possibilidade de colapso da segurança pública em meio à crise sanitária. Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

Os profissionais ligados ao Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (UGEIRM) protestaram, nesta segunda-feira (22), pelas mortes por Covid-19 na corporação. O ato pediu a inclusão da Segurança Pública na lista prioritária da vacinação no Estado e começou por volta das 10h, no Monumento ao Laçador, em Porto Alegre. De lá, partiu uma carreata que cruzou a cidade.

De acordo com o presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, outra preocupação do grupo é o possível aumento do número de agentes afastados em razão da doença. “Assim como os profissionais da educação e saúde, nós também queremos ser prioridade desse cronograma. Para que a gente consiga dar segurança à população gaúcha, precisamos estar protegidos do coronavírus”, afirma.

A mobilização foi encerrada em frente ao Hospital Ernesto Dorneles, onde os manifestantes promoveram um aplauso coletivo aos profissionais que atuam na linha de frente. “Queremos chamar a atenção do Governo Federal. Essa lentidão no processo de aquisição e distribuição da vacina custa muitas vidas”, ressalta o vice-presidente do sindicato, Fabio Castro.

Segundo a categoria, seis agentes já morreram em decorrência do coronavírus. Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-RS) soma dois óbitos entre servidores da ativa, e quatro entre aposentados. Os policiais da ativa mortos por causa da covid-19 trabalhavam em Bagé e Rio Grande. Eles perderam a vida, respectivamente, em 20 de novembro e 3 de março.

Protestos no interior

Conforme a UGEIRM, os protestos se repetiram nas delegacias localizadas no interior do Rio Grande do Sul. Os policiais civis encaminharam, a diversas prefeituras, requerimentos para que a categoria seja considerada prioritária na fila da imunização. Até agora, o pedido foi atendido em Bagé, onde os agentes começaram a ser vacinados no final da última semana.

Em nota, a SSP afirma que “o Estado tem buscando junto à União, desde dezembro do ano passado, que os servidores da Segurança Pública sejam colocados em posição mais acima na ordem de prioridade para a vacinação”. Segundo a pasta, o Plano Nacional de Imunização é elaborado e determinado pelo Ministério da Saúde, e eventuais alterações não passam pelo Piratini.

*Informações atualizadas às 13h15min de 22/03/2021.