Com alta de óbitos e internações em UTIs, RS fica mais uma semana em bandeira preta

Devido a gravidade da situação, mapa da 46 rodada do distanciamento controlado é definitivo, sem possibilidade de recurso

Pela quarta semana seguida todas as 21 regiões Covid foram classificadas em bandeira preta no Rio Grande do Sul. O resultado foi divulgado pelo governo do Estado no final da tarde desta sexta-feira, e representa a 46° rodada do mapa do distanciamento controlado.

Conforme o governo estadual, dos 11 indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, dois apontaram aumentos significativos. O número de internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que teve alta de 10%, além do crescimento de 31% de óbitos em relação à semana anterior.

Por conta do agravamento da pandemia e no aumento da ocupação de leitos de UTI no Estado, alguns espaços fora dos leitos regulares estão sendo ocupados, o que indica operação acima da capacidade de algumas regiões.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), diante do cenário crítico o mapa desta rodada é definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração. Também segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha.

Esta é a terceira semana consecutiva que o RS passou a ter déficit de leitos livres para atendimento Covid. Enquanto na 43ª rodada, o Estado tinha 229 leitos livres para casos de Covid, na 44ª rodada houve déficit de 25 leitos, na 45ª  de 213 leitos de UTI e, agora, esse número atingiu 299.

Hospitais podem utilizar todos os espaços para a Covid

O Plano de Contingência Hospitalar, elaborado em fevereiro de 2020, já está na quarta e última fase. Desde que a ocupação dos leitos de UTI no Rio Grande do Sul passou de 90%, em 25 de fevereiro, foi acionado o último nível, específico para uma situação de extrema gravidade.

Nesta fase, são imediatamente suspensas as cirurgias eletivas – com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente – e é determinada a utilização de todos os espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado para casos graves de Covid.

Com isso, foram instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em UTIs intermediárias, de acordo com a SES. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, também foram acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.