Parlamentares gaúchos reagem à venda da Corsan

Até o momento, a oposição foi mais ativa e fez as críticas fortes ao governador

Foto: Joel Vargas | Agência ALRS / CP

O anúncio, feito pelo governador Eduardo Leite (PSDB), na tarde desta quinta-feira, do início do processo de privatização da Corsan, repercutiu entre políticos gaúchos. Alinhados com as pautas de privatizações, deputados estaduais aplaudiram a atitude de Leite.

“Espero que descumpram outra promessa de campanha e privatizem o Banrisul também”, publicou o deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo). A oposição, contudo, até o momento, foi mais ativa e fez as críticas mais fortes ao governador.

Leite explicou, durante o anúncio, que a Corsan não teria condições financeiras de cumprir com o marco que prevê metas para serviços de saneamento até 2033. Em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, o especialista em direito administrativo e regulatório na área de saneamento, Luiz Kaercher, confirmou a afirmação do tucano. “A obrigação é bem rigorosa. Até onde sabemos, a Corsan não têm recursos para enfrentar e cumprir essas metas”, disse.

Kaercher ainda explicou que, em função do veto mantido pelo governo federal que determina que os contratos das empresas que prestam o serviço de saneamento básico não podem ser prorrogados, somado às metas obrigatórias impostas, a estatal fica prejudicada. “Quanto mais o tempo passa, menos essas companhias têm valor, na medida em que elas não vão poder prorrogar os seus contratos”, disse.

A decisão do governador gerou divergências de opiniões entre os políticos gaúchos. Por parte dos deputados federais, até o momento, as deputadas Fernanda Melchionna (PSol) e Maria do Rosário (PT) se manifestaram, ambas contra a decisão.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Segio Turra (PP), autor da PEC 280/19, que retira a obrigatoriedade de se fazer um plesbicito para desestatização da Corsan, e, assim, possibilitando de forma mais rápida a venda da empresa, se manifestou prestando informações sobre o projeto.

Eduardo Leite, inclusive, citou a proposta em suas redes.

O presidente do PSDB no Estado, partido do governador, deputado estadual Mateus Wesp, comemorou a decisão. “O legado de Eduardo Leite será impressionante: tirou o Rio Grande do Sul da era Vargas!”, publicou.

Eric Lins (Dem) e Giuseppe Riesgo também saíram em defesa, em suas redes sociais, da venda.

Já os integrantes dos partidos de oposição também se posicionaram contra. O deputado estadual Edegar Pretto (PT) fez um vídeo com a fala do governador, durante seu período de campanha, em que ele afirmava que não venderia a empresa. “Governador Leite mentiu para você”.

A deputada Luciana Genro (PSol) informou que está tomando conhecimento para possíveis medidas que possam impedir a venda.