Com 113,97% de lotação, Porto Alegre segue com alta taxa de internação nos hospitais

Segundo a Secretaria de Saúde, 12 instituições operam com capacidade máxima ou apresentavam superlotação

UPA Moacyr Scliar, na Zona Norte, atendia com restrição máxima nesta quarta | Foto: Ricardo Giusti / CP

A rede hospitalar de Porto Alegre segue com altas taxas de internações e registrava 113,97% de lotação nesta quarta-feira. Dos 1.150 pacientes em estado grave, 815 tinham Covid-19 e outros 57 tinham diagnóstico suspeito. Pelo menos 382 pessoas estavam à espera de leito de UTI: 332 em emergências e 50 em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). De acordo com monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 12 instituições operavam com capacidade máxima ou apresentavam superlotação.

Entre os hospitais referência no tratamento da doença, Moinhos de Vento (160,61%), São Lucas (133,9%) e Clínicas (123,95%) tinham o pior cenário de ocupação das UTIs. A UPA Moacyr Scliar, na Zona Norte, atende com restrição máxima. Até o início da noite, 78 pessoas seguiam em observação dentro da UPA. Outras quatro em estado grave também aguardavam atendimento. As unidades de Pronto Atendimento também apresentavam superlotação: Cruzeiro do Sul (500%), da Bom Jesus (485,71%) e Lomba do Pinheiro (311,11%).

Ação

Uma ação do Ministério Público Federal (MPF), movida a partir de solicitação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), garantiu que as equipes de assistência à Covid-19 possam continuar contando com os trabalhadores em aposentadoria especial. O ato, acatado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a determinação do próprio STF de que estes funcionários não poderiam seguir recebendo o benefício se continuassem atuando.

Só no Hospital de Clínicas, a decisão impactaria diretamente em cerca de 250 profissionais da linha de frente dos atendimentos Covid-19, que teriam de deixar suas funções. Preocupado com as repercussões assistenciais do fato em um momento de crise, o HCPA iniciou articulações junto ao MPF na primeira semana de março. Na busca de alternativas, foi realizada reunião conjunta com o presidente do INSS que resultou na oficialização do pedido do Ministério Público para o STF.

Com isso, houve a suspensão da determinação inicial para os profissionais de saúde que estejam trabalhando diretamente no combate à pandemia ou prestando serviços de atendimento a pessoas atingidas pela doença em hospitais.