Primeiras vacinas da Fiocruz serão entregues a partir de quarta

Na Europa, uso das doses de Oxford/Astrazeneca está suspenso enquanto seguem estudos sobre suposta relação com trombose

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Os primeiros lotes da vacina contra Covid-19 Oxford/AstraZeneca envasados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) serão entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) a partir de quarta-feira.

Segundo comunicado da própria Fiocruz, serão 1,08 milhão de doses — 500 mil na quarta-feira e outras 580 mil na sexta-feira.

A expectativa é que sejam disponibilizados 3,8 milhões de doses dessa vacina ao SUS ainda neste mês.

Os insumos necessários para o envase da vacina em Bio-Manguinhos chegaram ao Brasil no dia 6 de fevereiro. A fábrica teve atrasos após um problema na máquina que veda os frascos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, na última sexta-feira, registro definitivo para a vacina Oxford/AstraZeneca, o que permite o uso em massa, fora dos grupos prioritários da campanha.

Benefícios e riscos da dose

Nesta segunda, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) afirmou que os benefícios da vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, são maiores que os riscos de efeitos colaterais, quando observada a diminuição em mortes e hospitalizações. Em comunicado publicado após diversos países da região terem suspendido temporariamente a aplicação das vacinas, a EMA informou que segue “investigando” potenciais riscos junto a especialistas e à própria empresa.

Os casos de coágulos sanguíneos ocorridos até agora afetaram um “número pequeno de pessoas”, segundo a agência. Já os quadros tromboembólicos ocorreram em números semelhantes aos que acometem a população em geral, de acordo com a EMA.

Ainda assim, a agência vai revisar os dados nesta terça-feira, e volta a se reunir na quinta-feira, para avaliar “ações que tenham de vir a ser tomadas”. A EMA garante estar avaliando os efeitos das 11 milhões de doses da vacina que já aplicadas na região.

Suspensão

Itália, França, Alemanha e Espanha se uniram, nesta segunda-feira, a uma lista crescente de países que pararam de usar a vacina da AstraZeneca em meio a temores de relação com coágulos sanguíneos, embora a OMS tenha recomendado manter a utilização.

Mais de 373 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus foram administradas em todo o mundo. A da AstraZeneca, uma das mais baratas, é crucial para as nações mais pobres, mas na Europa vários países (também Irlanda, Holanda, Dinamarca, Noruega e Bulgária) suspenderam a aplicação por medo de que ela provoque trombose, o que ainda não é comprovado.