O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), anunciou na noite desta sexta-feira que decretará lockdown na cidade a partir deste sábado, com validade nos próximos nove dias, até o próximo domingo. O anúncio foi feito por redes sociais, onde Greca compartilhou um vídeo em que explica a necessidade da medida de combate à Covid-19 e pede apoio da população.
A prefeitura lembrou que nos últimos dias abriu 154 UTIs para atendimento de casos de Covid-19, fazendo a estrutura chegar a 456 leitos críticos no total. “Mas a situação é grave”, reforçou Greca, dizendo ter atendido ao apelo do Conselho Regional de Medicina, do de Enfermagem, além do Ministério Público e do Judiciário. A capital paranaense havia começado a retomar parte das atividades nesta semana após um período de maiores restrições por parte do governo do Estado e agora adota novas medidas no sentido contrário, de restringir a circulação.
“É um esforço imenso para evitar a transmissão. Pela primeira vez teremos lockdown”, declarou Greca. Ele explicou que supermercados, postos de gasolina, farmácias e outros serviços essenciais continuarão funcionando. Mas obras públicas e o funcionamento da indústria, do comércio e dos serviços não essenciais vão parar.
“Não é para gerar desânimo, é para provocar esperança. Vai passar”, disse o prefeito, mencionando que agora há vacina, mas “não tanta quanto merecemos ou quanto desejamos”. “O Brasil adoeceu de uma nova cepa que é feroz em transmissão, rápida em se agravar e eficaz em matar, inclusive os jovens”, acrescentou.
“Só vai passar se todo mundo cooperar. Suplico a todos que obedeçam as normas sanitárias. Mantenham o isolamento social, façam a higienização das mãos e, por favor, usem a máscara. Juntos, vamos vencer!”, escreveu o prefeito em suas redes sociais.
Estudo divulgado nesta semana prevê que Curitiba vai enfrentar uma nova onda da pandemia com um pico de mortes até quatro vezes maior que os registrados em 2020. As análises da evolução temporal das curvas epidemiológicas de casos expostos, infectados e recuperados apontam crescimento acelerado de mortes previstas para o fim de março e início de abril, com uma média diária entre 80 e 90 óbitos, podendo chegar a 100 mortes por dia.
O Estadão mostrou que o Paraná tinha uma das situações mais críticas do País em relação à ocupação do seu sistema de saúde. No início desta semana, o Estado possuía a maior fila de pacientes aguardando transferência, com 1.071 pessoas, 519 delas na espera por um leito de UTI.
*As informações são da Agência Estado.