Ao ser questionado sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Hamilton Mourão utilizou, nesta quinta-feira (11), uma estratégia parecida com a que os republicanos usaram contra o democrata Joe Biden nas eleições americanas de 2020: ataque à idade do opositor.
Segundo Mourão, “Lula não vence uma eleição” porque é “um político velho”. “Ele tem que mudar e mudar muito e acho difícil nessa altura da vida, com quase 76 anos, e vai concorrer com 77, haver uma mudança”, opiniou.
Nos Estados Unidos, o republicano Donald Trump e seus seguidores chamavam Biden, então com 77 anos, de senil e diziam que ele estava velho demais para assumir a presidência. O democrata venceu a disputa e é o atual presidente americano.
Ao comentar o pronunciamento do ex-presidente feito na quarta-feira, Mourão afirmou que não viu qualquer novidade. “É o Lula de sempre, maniqueísta, um político velho, de velhas ideias. O Lula é analógico, nós somos digitais”, alfinetou.
O vice declarou que que “está comprovado em três instâncias que ele (Lula) se envolveu em atos de corrupção, lavagem de dinheiro etc e tal, e isso não vai ser apagado” “Se o povo quiser votar no Lula, paciência, mas todos nós que entendemos o que acontece sabe o que ele fez e deixou de fazer”, disse.
”Eu tomei (cloroquina) e estou aqui”
Na mesma entrevista a jornalistas em Brasília, o general da reserva do Exército fez, como é comum ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a defesa do medicamento cloroquina contra a Covid-19, mesmo após inúmeros estudos mostrarem que o remédio não tem eficácia contra a doença.
Assim como Bolsonaro, Mourão desacreditou os estudos. “Faça uma enquete para valer com todas as pessoas que se curaram e você vai ver qual remédio elas tomaram”, sugeriu. O vice-presidente ainda reforçou que cabe ao médico definir o que é melhor para seu paciente.
Mudança de postura do governo
Mourão desconversou ao ser questionado sobre a mudança de postura de Bolsonaro e de sua equipe de governo, que quarta-feira apareceu de máscaras no pronunciamento em que o presidente anunciou o que o governo federal tem feito para viabilizar a vacinação no país.
Em sua visão, não houve mudança de postura, o governo sempre fez de tudo que era possível para conter o avanço da pandemia e a manutenção da economia e a única coisa que buscou desde o início da crise sanitária foi evitar o pânico da população.
“O governo não pode fazer um discurso de pânico porque isso é pior. Só tem que deixar claro que existe uma doença que atinge de forma grave em torno de 2 a 2,5% das pessoas, e elas podem ir a óbito.”